Guerra de versões

Depois que as professoras da rede municipal de Catanduva marcaram manifestação a ser realizada no próximo sábado (30/7), às 10h, na Praça da Matriz, a fim de reivindicarem que a gratificação do Fundeb não seja incorporada ao salário da categoria, passou a circular em grupos de WhatsApp um convite convocando os funcionários públicos para outra manifestação a ser realizada no mesmo dia, horário e local, mas a favor da aprovação urgente da reestruturação do serviço público no município. 

Para quem não se lembra

A estratégia adotada por apoiadores do governo de Padre Osvaldo de Oliveira Rosa (PSDB) é tentar convencer os demais servidores e a população de que as reivindicações das professoras representariam um empecilho ao andamento da proposta, que visaria beneficiar o conjunto do funcionalismo, especialmente aqueles que ocupam cargos com menores salários. Seja lá quem elaborou essa arte e jogou nos grupos de WhatsApp, agiu assim com o objetivo claro de semear a desinformação e atirar mais lenha na fogueira, jogando uma categoria contra a outra. 

Simcat

O diretor do Simcat Pedro Cerose chegou a compartilhar a arte em um grupo, ontem pela manhã, acompanhada de um áudio dele próprio, em que ele afirmava desconhecer quem estaria por detrás dessa suposta mobilização. O administrador do grupo em questão marcou o conteúdo como fake news. 

Esclarecimento

Mais tarde, em outro áudio enviado ao grupo, Cerose afirmou que o Simcat não possui qualquer relação com a manifestação que estava sendo convocada na imagem que circulava pelos grupos. Ele também salientou que a entidade aguarda os estudos que a prefeitura realiza, visando à elaboração do projeto da reestruturação. A própria entidade divulgou nota reforçando que nada tem a ver com a arte que foi divulgada nos grupos de WhatsApp. 

Repúdio

Por falar na polêmica das professoras, o Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres emitiu nota de repúdio ao gestor de Gabinete da Prefeitura de Catanduva, Fernando de Sá. O texto, assinado pelo órgão, considera inadmissível o tratamento dispensado às mulheres que estavam presentes ao plenário da Câmara Municipal, na última semana. Por outro lado, as conselheiras não cobram nenhuma medida enérgica da parte do prefeito em relação ao secretário. Apenas registram que desaprovam sua conduta. Registrado. 

Desistiu

E já que o assunto é Fernando de Sá, a disputa jurídica dele contra o vereador Maurício Gouvêa (PSDB) chegou ao fim. O gestor de Gabinete resolveu desistir do processo que movia contra o parlamentar no Juizado Especial Cível de Catanduva. Tudo começou depois que, durante visita do secretário à Câmara Municipal, Maurício resolveu questioná-lo acerca de um fato de foro íntimo, vamos assim dizer. Sentindo-se ofendido, o gestor recorreu à Justiça. Diante da desistência de Fernando de Sá, a juíza Adriane Bandeira Pereira declarou extinto o processo. 

Convenção

Conforme observamos ontem na Peneira Fina, a campanha do tucano Rodrigo Garcia à reeleição está apostando na estratégia de enfatizar apenas o primeiro nome do candidato, como forma de gerar aquele ar mais informal com o eleitor. O convite virtual da convenção estadual do PSDB, que será realizada no próximo sábado, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, utiliza apenas Rodrigo para identificar o governador. 

Fica a dúvida

Será que o ex-governador João Doria dará o ar de sua graça no evento. É fato que Rodrigo só chegou ao comando do Palácio dos Bandeirantes porque foi eleito na chapa com Doria. Como também é verdade que, se aliados do então vice-governador não tivessem batido o pé, Doria, que buscava uma saída honrosa para desistir da candidatura presidencial (algo que acabou ocorrendo mais tarde e de maneira traumática), não teria renunciado para Rodrigo assumir. O empresário pretendia permanecer no governo, com a promessa de apoiar a candidatura do vice para sucedê-lo. Más línguas, no entanto, afirmavam que, lá no fundo, Doria poderia acabar forçando uma tentativa de reeleição. Seja como for, ele acabou sendo forçado a renunciar em favor de Garcia.