PENEIRA FINA – 28.01.23

Prefeito solicita a Alckmin recursos já prometidos por tucanos

A visita do prefeito Padre Osvaldo de Oliveira Rosa (PSDB) a Brasília, para se encontrar com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), continua dando o que falar. Conforme vocês conferem na matéria publicada em nossa edição de hoje, o alcaide afirma ter apresentado três demandas de Catanduva ao governo federal, que hoje é chefiado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Um seria relativa a recursos para recapeamento. Outra trataria de canalização. E a terceira diria respeito ao loteamento de sua própria entidade, a Associação Bom Pastor. Padre Osvaldo, que já presidiu essa instituição, solicitou recursos para infraestrutura da área localizada próxima ao Pachá e ao Giuseppe Spina. Todas, demandas muito relevantes e úteis, inclusive esta última, não fosse por um detalhe: em duas ocasiões o governo estadual já havia se comprometido a fazer os investimentos que Padre Osvaldo solicitou a Alckmin.

Recordar é viver

Quando se filiou ao PSDB para se candidatar a prefeito de Catanduva, Padre Osvaldo deixou claro que uma de suas prioridades era resolver o impasse envolvendo a primeira área da Associação Bom Pastor, comprada com dinheiro de cerca de 1.600 famílias. A opção pelo ninho tucano deveu-se justamente ao fato de a legenda estar, na época, à frente do governo estadual, tendo, portanto, mais condições de resolver a questão da infraestrutura. A ideia de Padre Osvaldo e dos demais idealizadores desse projeto habitacional sempre foi de que o poder público custeasse gastos como asfalto, guias e sarjetas, iluminação pública e instalação das redes de água e esgoto. Sem essas obras, o loteamento não pode ser regularizado e, consequentemente, as famílias não conseguem autorização para construir suas casas.

Doria prometeu

Em sua última visita a Catanduva, o então governador João Doria Jr. (PSDB), que tentava viabilizar-se como candidato à presidência (sonho que pereceu ainda no ninho, qual um ovo que gorou), comprometeu-se a destinar os recursos para as obras de infraestrutura da primeira área da Associação Bom Pastor. Ele chegou a assinar um papel, que seria o convênio da liberação da verba.

Rodrigo Garcia reprometeu

Não sabemos se o verbo reprometer existe, mas, na ausência de palavra melhor para definir a situação, apelemos ele. Depois da visita de Doria, meses se passaram. Sua candidatura presidencial naufragou, mas seu vice Rodrigo Garcia, que assumiu o cargo, continuou a acreditar em suas chances de se eleger governador. Em uma agenda na cidade, na reta final do primeiro turno da última eleição, Garcia reuniu-se com membros da Associação Bom Pastor e “reprometeu” a verba que já estava prometida. Mas esse não foi o fim da novela.

Interpretações

O movimento de Padre Osvaldo, solicitando a Alckmin uma verba que Doria e Rodrigo Garcia já haviam, em tese, prometido, permite várias interpretações e questionamentos. Será, por exemplo, que a quantia a ser liberada pelo governo estadual não será suficiente e o prefeito precisou buscar complementação na esfera federal? Ou será que, com a saída dos tucanos do Palácio dos Bandeirantes, Padre Osvaldo tem encontrado mais dificuldades para dialogar com o governo de Tarcísio de Freitas?

Xadrez eleitoral

A eleição municipal será apenas no ano que vem, mas as peças já começam a se mover nesse intrincado xadrez da política catanduvense. Atualmente morando em São Paulo, onde atua como secretário-geral de administração da Alesp, Julinho Ramos poderia entrar na disputa municipal. Segundo interlocutores, a decisão seria tomada após a eleição da nova mesa diretora da Casa, no dia 15 de março. Respeitado no estado e com passagem destacada na área da educação, Julinho é visto como político hábil e bom gestor, elogiado por aliados e adversários. A pedra no sapato do ex-vereador seria o fato de estar morando fora da cidade.

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.