PENEIRA FINA – 26.11.22

Dinheiro está sobrando em Catanduva?

Para inúmeras questões que dependem de investimento público, a desculpa mais recorrente costuma girar, quase sempre, em torno da falta de dinheiro. Aparentemente, porém, em Catanduva a grana está sobrando. Matéria publicada na edição de hoje do jornal O Regional mostra que o prefeito Padre Osvaldo de Oliveira Rosa pretende instituir duas benesses para seus cargos de confiança, que custarão a bagatela de R$ 500 mil ao ano.

Privilégio

A palavra privilégio vem do latim, da união dos termos “privus” (privado) e “lex” (lei). Ela foi adotada para se referir a regras que os antigos patrícios, membros da classe dominante da Roma Antiga, criavam para beneficiar a si próprios. Dois mil anos depois, os políticos e as pessoas que orbitam o poder continuar a se refastelar nos privilégios dos mais variados.

Justificativas

Se for questionado de maneira firme, certamente o governo de Padre Osvaldo terá uma explicação maravilhosa para justificar essas benesses que irão favorecer uma dúzia de pessoas ligadas ao prefeito. Podem apostar que inclusive trarão cálculos para demonstrar que existe dinheiro suficiente em caixa para custear os pagamentos. Mas a questão não é apenas essa. Tem a ver com a própria moralidade.

É moral?

Muita coisa pode ser formalmente legal, mas não é necessariamente moral. Imoral não é apenas algo que contraria as normais vigentes. Mas é também a forma como certas relações de poder se desenvolvem.

E o povão?

Estamos, por exemplo, em um país onde trabalhadores que foram impedidos de trabalhar durante a pandemia receberam R$ 600 para não morrerem de fome. Políticos de todos os espectros ideológicos fecharam apoio a esse valor e ficou nisso mesmo. Ora: se um pai ou uma mãe de família têm de viver com R$ 600 ou se milhões de aposentados são obrigados a se contentar com um salário mínimo, por que pessoas em cargo de confiança podem receber todo tipo de benesse, paga com dinheiro público? Não seria isso uma inversão de valores? Em vez de o povo ser tratado como prioridade, aqueles que são nomeados para servi-lo é que se tornam o centro das atenções e das benesses.

Alex Sandro

O meio político não deixou de repercutir a boa estreia do Brasil na Copa do Mundo do Catar, ocorrida anteontem. Vários deles fizeram questão de destacar a atuação do lateral-esquerdo Alex Sandro, que mandou uma bola na trave, no segundo tempo, quando o placar ainda estava em 0 a 0. Caso do vereador Maurício Gouvea (PSDB), que publicou um post elogiando o jogador catanduvense.

Trem da Rumo

Com relação à nota publicada nesta semana, sobre o Trem de Natal da Rumo, no dia 8 de dezembro, a tendência é que ele passe em Catanduva depois das 20h. No itinerário que está sendo divulgado por algumas prefeituras da região, o expresso sairia de São José do Rio Preto às 19h. Em Catiguá, a passagem seria por volta das 20h. Então, é provável que chegue a Catanduva depois desse horário.

Obras

E por falar em Rumo, as informações mais recentes dão conta de que estão avançando os projetos de intervenções viárias que a empresa fará na região, a fim de reduzir os problemas nos locais onde existem os famigerados cruzamentos com passagem de nível. Em Catiguá, por exemplo, deverá ser construído um viaduto na avenida José Zancaner, a principal da cidade e que hoje é cortada pela linha férrea.

E o contorno ferroviário?

Alguns anos atrás, muito se falou em Catanduva sobre o contorno ferroviário, que resultaria na retirada dos trilhos da área central da cidade. Com todas essas obras que a Rumo vem anunciando na região, de intervenções para reduzir ou acabar com pontos de conflito na linha já existente, é possível acreditar mesmo que o contorno sairá do papel? A empresa privada gastaria mesmo centenas de milhões de reais fazendo viadutos, rebaixando trilhos e construindo alças de acesso em inúmeras cidades, para depois simplesmente abandonar tudo e gastar mais outra fortuna instalando um novo traçado ferroviário?

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.