PENEIRA FINA – 25.12.22

Ninguém quer o plano de saúde dos servidores de Catanduva

Na última quarta-feira (21), seria realizada a abertura dos envelopes com as propostas de convênios interessados em assumir o plano de saúde dos servidores públicos municipais de Catanduva. Na hora do vamos ver, porém, nenhuma empresa comparecer para tentar abocanhar esse contrato. Esta é a segunda vez que isso acontece, em poucos meses. Fica evidente que o plano de saúde dos servidores tornou-se um abacaxi, que ninguém está disposto a descascar.

Emergencial

A licitação do plano de saúde dos servidores (aposentados e da ativa) é feita pelo Instituto de Previdência dos Municipiários de Catanduva (IPMC). Atualmente, está em vigor um contrato emergencial com o São Domingos Saúde, mas seu prazo vencerá no fim de janeiro. O intuito da licitação era justamente escolher uma empresa que pudesse assumir esse contrato por um prazo maior. Porém, o cenário tornou-se nebuloso, diante de mais uma concorrência deserta.

Entraves

Oficialmente ninguém admite, mas a situação envolvendo o plano de saúde dos servidores municipais de Catanduva apresenta alguns entraves que são difíceis de equacionar. Um deles é a coparticipação mensal dos aposentados, que, devido à idade mais avançada, acabam sendo os principais usuários dos serviços médicos. Nos últimos anos, muitos deles têm recorrido à Justiça para ficarem isentos do pagamento de qualquer taxa ou contribuição no plano. Porém, ao mesmo tempo em que essa fonte de custeio seca, os gastos continuam a ocorrer. Dessa forma, a conta não fecha.

Ou muda ou acaba

Há outros fatores que poderiam ser considerados nessa análise sobre o plano de saúde dos servidores. Seja como for, vai ficando claro que será preciso rever o modelo atual, tendo em vista que nenhuma empresa tem se dignado a participar das licitações relativas a esse serviço. Imaginem se, daqui a pouco, não houver mais nem mesmo a alternativa de contrato emergencial...

Alternativa amarga

A alternativa ao contrato emergencial até existe e chegou a ser cogitada por alguns políticos em Catanduva. Ela se chama Sistema Único de Saúde (SUS). Há alguns anos, numa entrevista, o ex-prefeito Afonso Macchione Neto sugeriu acabar com o plano de saúde dos funcionários da prefeitura. Ele argumentava que não achava justo o servidor ter esse benefício (que é bancado, em parte, com dinheiro do município), enquanto os demais cidadãos, que sustentam a máquina pública, precisam se contentar com as filas do SUS. Na prática, porém, esse comentário nunca avançou para uma medida concreta e o plano de saúde dos servidores continuou a existir.

Debate complexo

Mencionamos esse caso acima para demonstrar como é complexo o debate acerca da saúde, que é um serviço caro e envolve vidas humanas. Essa é uma conta difícil de ser equilibrada. E a discussão não pode deixar de lado os interesses da população, que é quem paga a conta de tudo.

Terceirização na EMCAa

A Prefeitura de Catanduva está prestes a definir a empresa que ficará responsável por prestar serviços terceirizados na área de vigilância em saúde no município. A Guizzo Controle de Vetores e Pragas Eireli – EPP, de Jales, foi habilitada e deve ser a escolhida para realizar esse trabalho, que, inicialmente, será complementar ao da Equipe Municipal de Combate ao Aedes aegypti (EMCAa).

Urgências não urgentes

O prefeito Padre Osvaldo (PSDB) resolveu testar a paciência e a bom humor dos vereadores, convocando sessão extraordinária entre o Natal e o Ano Novo, a fim de debater projetos em regime de urgência. A grande queixa, porém, é que nenhuma das matérias seria de fato urgente. Uma das propostas que entraria na pauta, mas ficou de fora, por exemplo, trata da criação do Conselho Municipal das Famílias. Que diferença fará na vida do povo isto ser votado agora ou daqui a um mês e meio? Quem souber, avise. Feliz Natal a todos os nossos leitores!

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.