PENEIRA FINA – 24.12.22

Projeto do Imes/Fafica acaba em troca de acusações nas redes

O prefeito de Catanduva, Padre Osvaldo de Oliveira Rosa (PSDB), sofreu uma derrota imposta pelo grupo que vinha se mostrando como o mais fiel ao seu governo, dentro da Câmara Municipal. Com cinco votos contrários da chamada “Tropa Celestial” - liderada pelo atual presidente da Casa, Gleison Begalli (PDT) e que tem esse nome pelo fato de ser composta, majoritariamente, por políticos que têm relações estreitas com a Igreja Católica - a reestruturação do Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva (o popular Imes/Fafica) foi rejeitada pela Câmara Municipal. Ontem, ao longo do dia, esse fato gerou troca de acusações nas redes sociais. De um lado, havia pessoas celebrando os cinco vereadores que sepultaram a proposta. De outro, lamentações.

O que cada lado diz

Aqueles que celebraram a rejeição do projeto argumentam que o Imes/Fafica questionam o fato de a autarquia consumir, mensalmente, centenas de milhares de reais, os quais poderiam ser empregados na educação básica e outras áreas fundamentais do município. Já o outro lado alega que a instituição é um patrimônio de Catanduva e que pode assumir papel relevante para o desenvolvimento da cidade. Na visão destes, a não aprovação do projeto compromete o futuro da autarquia.

Virou mania

Desde que assumiu o cargo, o atual prefeito tem adotado essa prática questionável de deixar projetos que tratam de temas essenciais para serem analisados e votados no recesso, em regime de urgência. Nestes quase dois anos, a estratégia funcionou, sobretudo nas proposituras envolvendo servidores ou interesses de setores mobilizados da sociedade.

Tropa de choque

Via de regra, uma tropa de choque era mobilizada para fazer pressão junto aos vereadores, que acabavam ficando acuados. Ou votavam a favor ou seriam trucidados nas redes sociais e nas rodas de conversa, acusados de prejudicar servidores ou pessoas necessitadas. Até mesmo mudanças no Plano Diretor foram aprovadas dessa forma, especialmente naquilo que beneficiaria a entidade de Padre Osvaldo, a Associação Bom Pastor. Desta vez, porém, a estratégia de votar em regime de urgência fracassou.

Tropa desfalcada

A chamada “Tropa Celestial” conseguiu sua vitória de Pirro no projeto do Imes/Fafica, que dependia de maioria qualificada, mas não sem sofrer desfalques. No caso, a vereadora Ivânia Soldati (Republicanos) acabou votando a favor da proposta do Executivo. Nota-se que ela tem sido a parlamentar mais fiel ao prefeito Padre Osvaldo.

Mesa Diretora

Os cinco vereadores podem até negar o que será dito a seguir e tecer milhares de argumentos para criticar o mérito do projeto da reestruturação do Imes/Fafica. Mas é praticamente impossível não interpretar essa derrota imposta pelo grupo como um recado ao prefeito Padre Osvaldo. Ao que parece, a “Tropa Celestial” não engoliu o posicionamento (ou melhor, a falta dele) do governo na eleição da mesa diretora da Câmara. Somente isso pode explicar esse ato de rebeldia. Até porque, nestes dois anos, o Executivo enviou projetos com teores muito mais questionáveis que o do Imes. E os cinco vereadores apoiaram essas propostas sem dizer um “ai” sequer.

Privatização

No meio político, há quem afirme que a crise enfrentada pelo Imes abre espaço para a privatização da autarquia. Padre Osvaldo, inclusive, chegou a sugerir essa ideia, na última campanha eleitoral. Em nota divulgada ontem à tarde, a direção do instituto afirmou que tudo segue firme e forte por lá. Aguardemos os próximos capítulos.

Luto

Faleceu, ontem à tarde, a senhora Maria Saifi Sahão. Ela era mãe do ex-prefeito Félix Sahão Júnior e da deputada estadual eleita Beth Sahão. Dona Maria morava em Catanduva há várias décadas, tendo residido no Higienópolis e depois no São Francisco. Aos familiares e amigos, nossos mais sinceros sentimentos, neste momento de dor.

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.