Chama a atenção, na edição de ontem da Imprensa Oficial de Catanduva, a publicação relativa a uma autuação da Vigilância Sanitária recebida pelo Hospital Mahatma Gandhi, que seria relacionada ao fato de a entidade não ter tomado medidas para sanar ou evitar a proliferação do mosquito causador da dengue, em seu imóvel na Vila Soto. A infração teria sido constatada em janeiro deste ano.  

 

De acordo com a publicação na Imprensa Oficial, o Hospital Mahatma Gandhi não teria apresentado defesa prévia, quando a autuação foi feita. Depois disso, ela também não apresentou aos órgãos competentes nenhum recurso relativo à multa lavrada em setembro. A punição para essa infração, segundo o texto publicado no Diário Oficial, é de 30 Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (Ufesps).  

 

A situação envolvendo a entidade é no mínimo inusitada, a começar pelo fato de que ela é responsável pela gestão das unidades de saúde de Catanduva e também pela UPA 24h, que representa o principal local onde as pessoas com dengue costumam buscar atendimento. Por outro lado, é preciso reconhecer que criadouros de mosquito da dengue podem surgir em qualquer lugar – e o objetivo da fiscalização é também alertar as pessoas sobre a existência de tais focos. No caso em questão, porém, a publicação do município afirma que teria havido reincidência. O espaço fica aberto para a entidade, caso queira se manifestar.  

 

A equipe de transição de Luiz Inácio Lula da Silva é como coração de mãe. Sempre cabe mais um. A cada dia que passa, cresce a quantidade de integrantes desse grupo, que vem apresentando composição das mais heterogêneas. Anteontem, muita gente ficou boquiaberta com a entrada do deputado federal Alexandre Frota (SDD) na equipe que fará a transição na área da cultura.

 

Bússola dos tempos 

Alexandre Frota iniciou sua carreira de ator nos anos 80, quando podia ser visto em produções de sucesso como a novela “Roque Santeiro”, da Globo, ou o filme “Matou a Família e Foi ao Cinema”. Depois de passar um tempo em decadência, ele passou a ter seus revivais, sempre participando de alguma moda que acabou por se tornar avassaladora, caso dos realities shows e do funk carioca, nos anos 2000. Na década passada, ele se enveredou pela política e deu um jeito de colar na imagem de Jair Bolsonaro. Por alguns anos, Frota parecia ser o maior direitista do planeta. Até que, depois de se eleger deputado federal com centenas de milhares de votos, deu um jeito de brigar com a família Bolsonaro. Nesta eleição, ele jogou suas fichas em Lula. Apesar de não se reeleger para o Congresso Nacional, está agora no grupo de transição do novo governo.  

 

Para que não se lembra, além de tudo o que citamos acima, o currículo do novo membro da equipe de transição do governo Lula na Cultura foi ator pornô, fato, que, a propósito, é sempre lembrado pelos críticos do futuro ex-parlamentar.  

 

Tudo bem que Lula foi mal votado na região de Rio Preto. De qualquer forma, chama a atenção o fato de que as lideranças regionais do PT, do Psol e do PSBD acabaram ficando de fora do grupo de transição. Enquanto isso, em Araraquara, o prefeito Edinho Silva (PT) foi escalado para coordenar a transição no esporte. Já na região de Bauru o deputado Rodrigo Agostinho (PSB) foi convidado por Geraldo Alckmin para integrar o grupo na área de meio ambiente. Na região Noroeste, o PT conta com uma deputada estadual (Beth Sahão), assim como o PSB (Valdomiro Lopes). Sem contar que o presidente estadual do Psol, João Paulo Rillo, é de Rio Preto.  

 

Fica a dúvida, porém, até que ponto tais equipes de transição conseguirão resolver algo de efetivo. O que se vê, até o momento, são muitas personalidades famosas, especialmente em algumas áreas como o esporte. Mas, será que essas pessoas entendem de gestão pública?