PENEIRA FINA – 23/09/2022
Região na pauta nacional
Catanduva e região têm ganhado destaque no debate político nacional. Alguns lances envolvendo a disputa presidencial acabaram envolvendo a Cidade Feitiço e suas vizinhas mais próximas. Nesta semana, por exemplo, Ariranha causou burburinho até na CNN, por conta de um caso envolvendo uma pesquisa eleitoral.
Datafolha
Segundo relatado pela imprensa, um pesquisador a serviço do Instituto Datafolha teria sido abordado por dois homens, que se ofereceram para ser entrevistados. O funcionário, porém, se recusou, alegando que seguia orientação da empresa e que isso contaminaria a amostra. Os dois eleitores se revoltaram e chegaram a ir às vias de fato contra o pesquisador, que acabou registrando boletim de ocorrência. De acordo com a CNN, os dois moradores de Ariranha teriam acusado o funcionário do instituto de só querer ouvir pessoas que declarassem voto em Lula.
Parênteses
Em que pesem os ânimos acirrados que marcam a política brasileira nos últimos tempos, exasperar-se por pesquisa é uma reação um tanto exagerada. Isto porque, no fim das contas, essas sondagens nunca definem nada. As eleições municipais em Catanduva e em centenas de cidades brasileiras são prova viva disso.
Flores
Por falar em Lula, dias atrás ele citou Catanduva em um post feito no Twitter. A história muita gente já conhece e foi dita anteriormente no ato que antecedeu a prisão do ex-presidente, em 2018, quando foi condenado por denúncias feitas no âmbito da Operação Lava Jato, que apurou desvios na Petrobrás.
A frase
De acordo com a postagem de Lula, ele teria vindo a um comício em Catanduva, em 1982 (ou seja, há 40 anos), ocasião em que uma menina teria entregue a ele um papel com a frase: “os poderosos podem matar uma ou duas rosas, mas jamais vão deter a chegada da primavera”. Na primeira vez em que ele mencionou esse suposto episódio, militantes mais antigos do PT chegaram a ser questionados a respeito de quem seria a menina de Catanduva ou mesmo como teria sido esse ato político. Mas, hoje em dia, quase ninguém se recorda.
História
Naquele fatídico ano, ocorreram eleições municipais e estaduais. Quem acabou eleito no estado foi Franco Montoro, do PMDB. Lula, que disputava o governo, ficou em quarto lugar. Seu vice era ninguém menos que Hélio Bicudo, que assinou o pedido de impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016.
A propósito
Na eleição de 1982, quem se elegeu prefeito de Catanduva foi José Alfredo, que também era do PMDB de Montoro. Naquela época, vigorava o voto casado. Ou seja: o eleitor tinha de votar em todos os candidatos do mesmo partido, do contrário seu voto em cédula era anulado.
A regra mudou
Hoje em dia, os eleitores são livres para votar em políticos de diferentes partidos. Isso permite inclusive parcerias inusitadas de candidatos a deputado estadual e federal. Já citamos o caso de Dr. Sinval (Patriotas) e Maciel da Rocha (PSDB), que fazem dobradinha na região. Mas não só os únicos. Quem anda por Catanduva vai se deparar, hora ou outra, com carros com adesivados que pedem voto para o federal Luiz Carlos Motta (PL) e o estadual Comandante Robinson (PDT).
Voto local
E falando em Robinson Casal, nesta semana seu irmão Richard - que é jornalista, secretário municipal de Administração e presidente do PDT local - gravou um vídeo na avenida Theodoro Rosa Filho, em Catanduva, clamando para que a população eleja candidatos da cidade.
Exemplos para esquecer
Em seu vídeo, Richard citou casos de parlamentares como Janaína Paschoal e Mamãe Falei, que tiveram votações imensas em Catanduva, mas não destinaram recurso algum para nosso município. O último, aliás, acabou sendo cassado por conta de áudios que ofendiam a dignidade das mulheres da Ucrânia, país que está sendo invadido pela Rússia.
Autor