Aberta a temporada das queimadas

Nesta semana, foi oficialmente aberta a temporada das queimadas em Catanduva. Infelizmente, a marca de nossa cidade, nos próximos meses, será o cheiro de fuligem no ar. O tempo seco e a vegetação ressequida tornam-se ingredientes ideais para o surgimento de incêndios, como o registrado na área do antigo lixão, às margens da rodovia da Laranja, registrado na última quarta. Só nessa ocorrência, o fogo destruiu uma área de aproximadamente 260 mil metros quadrados.

Futuro sombrio

Há uma série de componentes que contribuem para a ocorrência de incêndios nesta época. Algumas são naturais, já que estamos em período de seca. Em grande parte dos casos, porém, as origens das queimadas são humanas e vão desde bitucas de cigarro atiradas na vegetação seca até incêndios provocados de maneira criminosa, com intuito de limpar lotes. São práticas lastimáveis e que custarão muito caro no futuro. Afinal, sujeira e fumaça estão longe de ser as únicas e piores consequências que as queimadas provocam. Elas dizimam a biodiversidade, destroem as nascentes e esterilizam o solo. Com o passar dos anos tudo o que restará é o deserto.

Mato seco

A inação do poder público também contribui para a ocorrência de incêndios. Quem circula por estradas vicinais e rodovias estaduais (administradas pelo DER) já deve ter notado trechos imensos nas margens das vias, todos tomados por mato muito seco. Basta uma simples fagulha para que o fogo tome conta de tudo. Além de representar risco para as propriedades rurais e para a vegetação nativa, esse tipo de incêndio traz inúmeros transtornos aos moradores das cidades. Isto porque é comum a presença de linhas de transmissão de energia às margens das rodovias. O mato seco não capinado pode deixar um hospital sem eletricidade.

Machismo?

Foi realizada, anteontem, a audiência pública na Câmara Municipal de Catanduva, com o objetivo de debater a questão da aplicação do piso nacional do magistério na rede municipal de ensino. Apesar das boas intenções dos organizadores, o encontro não trará nenhum resultado prático, além de ter servido de palco para um comentário muito infeliz dirigido pelo gestor de Gabinete, Fernando de Sá, às professoras: “Tô falando que vocês são afoitas... e mulher é sempre assim. Sempre afoita. Não tem jeito. Atravessa tudo.” Ele talvez dirá que foi brincadeira e que estava sendo provocado pelas educadoras. É uma desculpa recorrente nesse tipo de caso lamentável.

Não me toque

A irritação em público vem se tornando uma marca registrada do secretário Fernando de Sá. Há alguns meses, ele foi à Câmara ameaçar vereadores de processo, depois que alguns deles gravaram vídeos com duras cobranças dirigidas à secretária de Educação, Cláudia Cosmo. Em outra ocasião, chegou a ter uma discussão mais ríspida com Maurício Gouvea (PSDB). Dias atrás, foi a vez de ele bater boca com o advogado Fábio Manzano, que foi secretário nos governos de Afonso Macchione Neto, durante a participação de ambos em um podcast. Tanto lá quanto na última quinta, Fernando de Sá demonstrou irritação profunda quando pessoas tentaram contestar suas falas. Ele julgou ter sido interrompido.

Diálogo?

Sentado na Mesa Diretora do Legislativo, Padre Osvaldo usava sua fala mansa de sacerdote para discorrer sobre gratidão e diálogo. Enquanto isso, seu gestor de Gabinete mandava as professoras se calarem, como se estivesse diante de crianças em uma creche. No fim das contas, o governo não deu nenhum sinal de que irá atender às reivindicações da categoria.

Candidatura confirmada

Em convenção realizada nesta semana, o PL confirmou a candidatura do empresário catanduvense João César Moraes a deputado estadual. Ele foi um dos principais articuladores regionais da vitoriosa campanha de Jair Bolsonaro à presidência, em 2018. Neste fim de semana, ele estará no Rio de Janeiro para participar da convenção nacional do partido, que oficializará a candidatura de Bolsonaro à presidência. O evento será no ginásio do Maracanazinho e deverá atrair importantes lideranças que apoiam o presidente.