PENEIRA FINA – 22/09/2022
Uniformes
A Prefeitura de Catanduva fez publicação nas redes sociais comentando sobre a matéria publicada pelo jornal O Regional, na edição de anteontem, e que trouxe, pela primeira vez, a versão da empresa LT Global. A nota da assessoria de comunicação do município não contesta nenhuma informação trazida pela reportagem, mas apenas reafirma que, nas três tentativas de entrega que acabaram sendo recusadas, a fornecedora não teria enviado o total solicitado de kits de uniforme.
Notas
O grande problema nessa guerra de versões é que a nota fiscal onde consta a recusa de recebimento, por parte da prefeitura, traz a descrição dos produtos e de suas respectivas quantidades. De acordo com a LT Global, a carga do caminhão batia exatamente com o pedido feito pela prefeitura em maio deste ano. Se a questão vier a ser judicializada - e tudo indica que será -, caberá ao juiz decidir quem está com razão.
Bastaria conferir
Vale lembrar que nota fiscal é um documento oficial. Se um fornecedor afirma que está entregando determinada quantidade de produtos, essa informação deve ser verdadeira. Resta saber se, no momento da recusa (especialmente da última tentativa de entrega), a Secretaria Municipal de Educação chegou a efetuar a conferência da carga do caminhão, antes de alegar que a quantidade era inferior ao montante solicitado.
E os alunos?
O importante nessa história não é definir quem está com a razão na guerra de versões, mas sim saber quando os estudantes poderão receber enfim seus uniformes. Pelo visto, não será neste ano. A nota da assessoria do município encerra com esta informação: “A Prefeitura de Catanduva e a Secretaria Municipal de Educação, não medirão esforços para disponibilizar os uniformes no início do próximo ano letivo”.
Curiosidade
Quando um político não está a fim de comparecer a alguma agenda pública, via de regra ele irá dizer que tem “compromissos inadiáveis e previamente agendados” no mesmo horário. Funciona para festa, velório, palestra, inauguração e até para debates eleitorais.
Sobre os terrenos
Nos últimos dias, tratamos aqui da polêmica envolvendo uma pessoa que postou anúncio de venda de um terreno da Associação Bom Pastor. Quem definirá se houve má-fé por parte da anunciante, só as autoridades é que poderão dizer. Em todo caso, é curioso notar que, há algumas semanas, em pleno período eleitoral, a Associação dos Trabalhadores Sem Terra - do deputado Marcos Zerbini e sua esposa Cleusa, ambos candidatos pelo PSDB - reuniu inúmeras pessoas para um evento denominado “sorteio das quadras”.
Onde está seu terreno?
Em um vídeo postado em 24 de agosto na página da Associação dos Trabalhadores Sem Terra, que é parceira da Associação Bom Pastor, uma mulher faz elogios a Zerbini e Cleusa e depois passa a abordar associados presentes ao salão da Paróquia Imaculada Conceição, no Bom Pastor. Um mapa aparece pendurado a uma parede. A mulher pergunta: “Onde está seu terreno?”. Em seguida, a pessoa aponta para um local, onde há vários lotes divididos e enumerados, como em um anúncio imobiliário.
Fica a dúvida
Conforme o próprio prefeito Padre Osvaldo afirmou em entrevista à reportagem, ainda não existe sequer traçado de ruas no local, nem obras de infraestrutura. Portanto, não existe ainda o terreno de cada associado, uma vez que a área existe como um todo e está em nome da associação. Ora, se não existe rua, como podemos falar em quadras?
Trabalhar a expectativa
A impressão que fica é que os idealizadores do projeto utilizam esse tipo de subterfúgio - como o sorteio de quadras que oficialmente nem existem, já que o loteamento ainda está em fase de registro em cartório e nem recebeu infraestrutura - para manter acesa a expectativa dos associados, de modo a que eles continuem a participar do projeto e a frequentar as reuniões, onde os candidatos Zerbini e Dona Cleusa são as grandes estrelas. E assim as coisas seguem, desde 2017...
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