PENEIRA FINA – 22.01.23

Nova legislatura da Alesp começará com disputa dentro do governo Tarcísio

Nestes tempos de recesso nas casas de leis em todo o país, ficamos às vezes com a impressão de que a política anda meio adormecida. Nos bastidores, porém, as articulações fervilham. A posse dos deputados estaduais eleitos no ano passado será apenas em 15 de março, mas já ocasiona imensa mobilização dos partidos e do próprio governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Formalmente, o candidato do Palácio dos Bandeirantes à presidência da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) seria André do Prado, que está filiado ao PL de Jair Bolsonaro (o político que deu lastro à vitoriosa candidatura do atual governador paulista). Mas as coisas nas esferas do poder nem sempre são tão claras como aparentam.

Estratégia

Em tese, a eleição de André do Prado à presidência da Alesp seria de total interesse do governador Tarcísio, tendo em vista que o PL, dono da maior bancada da Casa, compõe a base de seu governo. Porém, conforme dissemos acima, tais cenários tendem a ser muito mais complexos. Por detrás do PL há o cacique Waldemar da Costa Neto, responsável pelas articulações em prol de André do Prado.

Pernas próprias

Tarcísio, por seu turno, sabe que precisa da legenda, mas não quer ficar dependente dela, sobretudo neste momento, em que tenta caminhar com as próprias pernas e se descolar do bolsonarismo mais radical, na esteira da péssima repercussão provocada pelos atos violentos ocorridos em Brasília, no último dia 8. Isto posto, mesmo que o governador, pessoalmente, acene para a candidatura do PL, nada impedirá que pessoas influentes em sua equipe articulem uma alternativa.

Tempos mudaram

Nos tempos em que o PSDB esteve no poder no estado, o partido soube construir uma hegemonia quase que inabalável no Legislativo paulista, com uma base sólida e imensa, que quase nunca dava brecha para a oposição. Exceto por alguns episódios esporádicos - como em 2005, quando Rodrigo Garcia, então no PFL, elegeu-se presidente da Alesp com apoio do PT, derrotando o candidato do governador Edson Aparecido (PSDB), por 48 votos a 46 -, o partido do governo sempre conviveu com cenários tranquilos no parlamento estadual.

Casa dividida

Desta vez, porém, a composição da Alesp está mais fragmentada, situação que obrigará o Executivo a fazer mais concessões, caso queira constituir maiorias. O que não é nada simples, já que a quantidade disponível de pirão é a mesma dos outros anos, enquanto as bocas para serem alimentadas aumentou.

Carlão

Nesse cenário fragmentado, ganha força a possível candidatura de Carlão Pignatari (PSDB) para permanecer à frente do cargo, que ocupa desde 2021. As articulações em favor do atual presidente da Casa contariam com as bênçãos do principal homem do governo Tarcísio, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD). A vantagem de Carlão, que é do Noroeste Paulista, reside no fato de que ele teria mais facilidade para atrair partidos da oposição e do centro.

Emoção na disputa

Ainda faltam algumas semanas até o dia da posse, quando ocorrerá a escolha da nova mesa diretora da Alesp. Em todo caso, neste ano, a disputa será marcada por muita emoção, em nada lembrando as vezes em que presidentes foram eleitos com mais de 92 votos a favor, de um total de 94.

Nova York

Dias atrás, quem esteve em viagem em Nova York foi ninguém menos que o ex-deputado estadual e ex-secretário estadual Marco Vinholi. Sua ida até a Big Apple não foi a passeio, mas sim em uma missão do Sebrae-SP (entidade da qual ele é diretor), que participou do evento de varejo promovido pela National Retail Federation. Ele também integrou a comitiva do Sebrae que se reuniu com o secretário de Relações Internacionais da Prefeitura de Nova York, Edward Mermelstein.

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.