PENEIRA FINA – 21.10.22
Devoto fervoroso
Tem chamado a atenção, no meio político, o modo fervoroso como o prefeito de Catanduva, Padre Osvaldo de Oliveira Rosa (PSDB), tenta posar de apoiador de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Jair Bolsonaro (PL). A impressão que fica é que ele faz um esforço sobre-humano para apagar da memória do povo o vídeo indiscreto enviado a seu, até então, “amigo” Geraldo Alckimin, vice de Lula (PT).
Causa secreta
Uma fonte ligada ao bolsonarismo na cidade afirmou à coluna, em off, que interpreta essa aproximação de Padre Osvaldo com a direita como forma de salvar os loteamentos da Associação Bom Pastor, da qual ele foi presidente. Os projetos dependem de dinheiro público para conseguir realizar as obras de infraestrutura, essenciais para sua regularização. Como Tarcísio foi o mais votado e lidera no primeiro turno, nada mais que natural que o prefeito tente colar nele, de todas as formas.
Recursos estaduais
O dinheiro da infraestrutura do loteamento havia sido anunciado pelo ex-governador João Doria (PSDB), durante a visita à cidade, ocorrida no início do ano. Na época, aliás, ele é quem era o candidato à presidência favorito de Padre Osvaldo, que o apoiava, mesmo com ele sendo um dos maiores - senão o maior - adversário de Bolsonaro. Como as coisas mudam com o tempo, não é?
Sem transporte
Se a intenção do prefeito é ajudar a aumentar a votação de seus candidatos, falta adotar medidas práticas para tanto. Matéria publicada na edição de hoje de O Regional mostra que a Prefeitura de Catanduva não pretende oferecer transporte gratuito aos eleitores, no dia da eleição.
Faz a diferença
Para uma família de menor renda, o valor da passagem de ônibus de ida e volta pode representar um empecilho para que seus membros cumpram com o dever do voto. Mas não seria direito? Também. Mas devemos lembrar que, no Brasil, o voto é obrigatório para as pessoas de 18 a 70 anos.
Prioridades
De acordo com a própria prefeitura, garantir transporte gratuito em Catanduva, no dia da eleição, custaria em torno de R$ 14 mil. Pode parecer muito, mais representa menos de 10% do que o município gastou neste ano com o cachê do cantor Daniel, no evento Canta e Encanta. Para o cantor famoso, sobra dinheiro. Para eleitor pobre cumprir com a obrigação de votar, falta.
Maus-tratos
A Prefeitura de Catanduva divulgou nesta semana mais um caso de resgate de cavalo envolvido em maus-tratos. Ele estava “abandonado” em um canavial, próximo à estrada da Jacuba. A suspeita é de o antigo dono tenha se livrado do bicho para não ter de fazer o tratamento das feridas. Uma situação para lá de vergonhosa e que provoca indignação. Além de realizar resgates, é fundamental que as autoridades passem a fiscalizar com mais rigor a propriedade de animais, especialmente de grande porte.
Até que enfim
E agora uma notícia boa, aparentemente. A Prefeitura de Catanduva lançou edital para a realização de reforma na piscina do Conjunto Esportivo. A obra deverá custar mais de R$ 1,4 milhão e prevê a readequação nos vestiários. Resta saber quanto tempo vai demorar, na vida real, para a obra sair do papel.
Herança
No caso da piscina do Conjunto Esportivo, este é um dos casos em que o prefeito pode afirmar que está diante de uma “herança maldita” recebida da gestão Macchione/Marta. Se o problema será de fato solucionado, só o tempo dirá.
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