50 bilhões em ação

Para se lançar candidato ao governo de São Paulo, o neotucano Rodrigo Garcia não herdou apenas o mandato de João Doria, mas também um caixa de R$ 50 bilhões, que hoje são despejados em centenas de cidades, garantindo apoio de prefeitos e vereadores ao governador em busca da reeleição. Como Doria conseguiu fazer essa economia? Explicaremos, logo abaixo. 

Com chapéu alheio

Na propaganda, Doria e sua equipe gostam de se gabar que os R$ 50 bilhões em caixa são fruto de gestão séria e profissional. Na vida real, no entanto, a economia foi feita com o chapéu alheio. Logo que se elegeu, o tucano deu um jeito de passar nos cobres diversos serviços públicos, enquanto outros foram fechados. Até mesmo o Butatan estava com os dias contados. A chegada da pandemia acabou por poupar a instituição, que é a maior produtora de vacinas do Brasil. 

Congelamento de salário

O congelamento dos salários dos servidores da ativa, aliado aos descontos nos rendimentos dos funcionários públicos aposentados, foi outro pronto que ajudou Doria a fazer o caixa milagroso. A pandemia foi o argumento perfeito para justificar esses atos, já que o ex-governador prometia destinar para a saúde o dinheiro retirado dos servidores. 

Causa secreta

A razão de Doria fazer esse caixa era poder despejar rios de dinheiro em obras, às vésperas da eleição. De fato, nos últimos meses são anunciadas dezenas de assinaturas de convênio e inaugurações diárias. Se isso surtirá efeito prático, só saberemos depois que as urnas forem abertas. 

Timing errado

Os marqueteiros de plantão adoram palavras em inglês. Uma delas é o timing, que diz respeito à hora certa para se fazer algo. No caso, algumas análises consideram que os tucanos erraram o timing, deixando para começar a liberação do dinheiro muito em cima da hora, quando são menores as chances de isso se reverter em ganhos eleitorais. 

Realidade x expectativa

A economia de R$ 50 bilhões e os milhares de convênios com prefeituras não serviram, por exemplo, para aplacar a rejeição a João Doria, que foi obrigado a retirar sua candidatura presidencial. Por enquanto, não está claro se seu sucessor Rodrigo Garcia está de fato se beneficiando dessa estratégia. A última pesquisa Datafolha, divulgada nesta semana, mostra que o ex-ministro Tarcísio de Freitas (PL) conseguiu se distanciar do governador, na disputa pelo segundo lugar no primeiro turno. 

Inédito

Se Rodrigo Garcia não passar ao segundo turno, será a primeira vez, desde a criação da reeleição, que um governador paulista terminará em uma posição tão ruim. A campanha do PSDB tentará utilizar seu amplo tempo de televisão para reverter esse quadro. Porém, será que isso vai adiantar? Lembremos que Bolsonaro ganhou a eleição de 2018 contando com alguns segundos diários de exposição na propaganda eleitoral gratuita. 

Para constar

Seja como for, a assessoria de imprensa do governador anunciou, para este fim de semana, uma série de inaugurações na região, incluindo em cidades como Novo Horizonte, Sales, Mendonça, José Bonifácio e Taquaritinga. São diversas obras e serviços que, milagrosamente, ficaram prontas justamente às vésperas da eleição. Coincidências da vida. 

Carga tributária

Em sua conta no Instagram, o candidato a deputado estadual João César Moraes (PL) comemorou a notícia de que Jair Bolsonaro zerou os impostos que incidem sobre o whey protein e outros suplementos utilizados por pessoas que praticam exercícios físicos. 

Sobre os comitês

A campanha do comandante Robinson Casal (PDT) entrou em contato com a coluna para informar que ele terá comitê em Catanduva. O espaço funcionará na rua Cuiabá. A coordenação afirma que, diariamente, recebe contatos de inúmeros apoiadores de todo o estado, solicitando materiais de divulgação do candidato, que disputa uma cadeira na Assembleia Legislativa.