PENEIRA FINA – 19/08/2022

Tradição x modernidade

A campanha para os legislativos estadual e federal será marcada pela disputa de conceitos de marketing político antagônicos. Pelas ruas de Catanduva, já é possível notar as diferentes formas de ação, que visam cativar os eleitores. 

Comitês

A cidade conta com diversos candidatos, isto sem contar nomes da região que também têm forte entrada em nosso eleitorado. Porém, não são todos que optam por abrir comitês de campanha. Até o momento, pelo que se tem notícia, apenas Beth Sahão, Sinval Malheiros e Fábio Mazano optaram por essa estratégia. O último, porém, abriu comitê em parceria com o já deputado estadual Itamar Borges, seu colega de MDB. Ambos têm dobrada em Catanduva. 

Custos elevados

A resistência de alguns candidatos à abertura de comitês deve-se, dentre outras coisas, ao custo elevado que existe para se manter uma estrutura dessas funcionando por mais de 50 dias. Esses espaços ficam na área central, em pontos privilegiados, onde há grande fluxo de carros e pessoas. A localização representa uma vantagem competitiva aos donos de comitês, que terão suas fotos e seus números vistos diariamente por milhares de pessoas de Catanduva e região. 

Aliás

Dentro de alguns dias, tão logo o TRE passe a divulgar as prestações parciais de contas dos candidatos, traremos informações detalhadas acerca do valor dos aluguéis pagos por cada um deles. Também vamos informar outros gastos de campanha que forem feitos por catanduvenses nesse período, sem contar doações recebidas. A informação é a principal arma do eleitor. 

Ostentação

Por outro lado, há quem veja esse tipo de investimento como uma forma de ostentação das candidaturas. De fato, os comitês, muitas vezes, acabam representando gastos ostensivos, que servem apenas para encarecer a campanha. É uma situação em que prioriza-se menos o conteúdo da candidatura do que sua aparência externa. 

Tostão x milhão

Não por acaso, alguns candidatos estão apelando ao velho slogan do “tostão contra o milhão”. Foi justamente esta a expressão utilizada pelo Comandante Robinson Farinazzo (PDT) em um post do Instagram, em referência aos elevados gastos de campanha que seus adversários já estão fazendo em Catanduva e no restante do estado. Resta saber qual tática terá mais apelo junto ao eleitorado. 

Todos nas redes

Por outro lado, mesmo aqueles que contam com estruturas mais privilegiadas estão apostando firme na forte penetração proporcionada pelas redes sociais. Diariamente, candidatos brindam seus seguidores com posts variados, comentando sobre todos os assuntos possíveis e imagináveis. 

E o Oscar vai...

Alguns candidatos, inclusive, começam a apresentar dons artísticos aos eleitores. É o caso de Beth Sahão (PT), que, ontem, postou em suas redes um vídeo em que simula a conversa com um caminhoneiro hipotético, acerca dos altos custos do diesel, nos dias que correm. A ex-deputada utilizou a esquete para fustigar o presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputa a reeleição. 

As cores

A propósito, em sua incursão dramática, Beth Sahão utilizou uma camiseta vermelha, onde estava escrito o nome Lula. Anteontem, conforme havíamos publicado, algumas pessoas andaram criticando as cores escolhidas pela ex-deputada para seu comitê, que leva os mesmos tons imortalizados pelo governo de Geraldo Vinholi em Catanduva.  

Ideológicos x locais

Outra contraposição que fica evidente nesta campanha é a que existe entre candidatos com perfil mais ideológico, versus políticos com discurso mais local. Os primeiros tentam colar sua imagem nos candidatos majoritários e debatem temas nacionais e internacionais. Os segundos optam por tratar de questões da cidade e da região, às vezes evitando se posicionar acerca de grandes debates do Brasil. Não cabe a nós julgarmos essas escolhas. Estamos aqui apenas para constatar esse fato. O eleitor decidirá quem tinha razão, no fim das contas.

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.