PENEIRA FINA – 19/06/2022

E a Justiça Eleitoral?

Publicamos aqui, há alguns dias, a foto deste outdoor que visa promover o pré-candidato a governador Rodrigo Garcia, do PSDB. Estamos a poucas semanas das convenções partidárias, período marcado por inúmeras restrições. Apesar disso, os outdoors de propaganda antecipada permanecem firmes e fortes, sem que nenhuma autoridade competente os questione. Será que esse libera geral está valendo para todos os partidos e pré-candidatos? Ou apenas para aquele que está há quase 30 anos no poder em São Paulo? Outra pergunta que segue sem resposta: quem pagou pela publicidade? Ela é assinada pelo prefeito Padre Osvaldo. Mas será que ele bancou sozinho essa peça, por pura camaradagem? 

Chega de fotos

Desde que se elegeu vereador, Gleison Begalli tem procurado adotar uma postura calma, evitando conflitos e embates mais duros. Nesta semana, contudo, o presidente da Câmara surpreendeu a todos ao fazer um duro discurso contra Padre Osvaldo. Ainda se colocando como aliado do Executivo, o parlamentar usou a tribuna para dar conselhos ao prefeito. Gleison sugeriu que o Padre pare de posar para fotos e comece a mostrar serviço. 

Evento é vento

O fato é que Padre Osvaldo assumiu a prefeitura em 1º de janeiro do ano passado, mas se porta como ainda estivesse em campanha. Diariamente, seu governo promove eventos para anunciar reuniões, que servirão para fazer anúncios de projetos que nunca saem do papel. A impressão que fica é que a única finalidade da máquina administrativa em Catanduva é realizar convescotes para que o padre-prefeito possa posar para retratos. Do jeito que a coisa vai, o alcaide precisa tomar cuidado para não desenvolver algum tipo de LER, de tanto ficar com o braço esticado nos ombros das pessoas, para fotos. 

Estratégia esgotou

Padre Osvaldo deveria dar ouvidos a Gleison, que tem sido seu aliado, desde antes da eleição. É fato que muita gente do povo até que se contenta com afagos e cliques. Mas existe uma realidade objetiva que marketing algum é capaz de camuflar. Fotos em redes sociais e tapinhas nas costas não tapam buraco nas ruas, não garantem remédio e médico no posto de saúde, não levam comida à mesa de quem tem fome. Aliás, se postar imagens no Facebook e no Instagram fizesse milagre, o ex-governador João Doria não teria sido obrigado a abandonar a política amargando índices de rejeição imensos. 

Magoou?

“A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena” - já diria um grande filósofo latino-americano. Jesus, a propósito, recomendava que deveríamos dar a outra face, quando alguém nos esbofeteasse. São preceitos difíceis de se seguir na vida real. A Coluna apurou que, depois da fala de Gleison na Tribuna, Padre Osvaldo enviou mensagens por WhatsApp a alguns secretários determinando que, doravante, solicitações feitas pelo presidente da Câmara deverão ser encaminhadas via ofício ao Gabinete. A impressão é de que o padre pretende passar o pente-fino nas reivindicações do vereador. Será que passará a barrá-las, como forma de retaliação? 

Impessoalidade

Sabemos que, na política, quem está no poder sempre tentará puxar a sardinha para seus aliados. Para tudo, porém, existe um limite, já que não estamos em uma autocracia, mas sim numa república. As solicitações de qualquer vereador, desde que contemplem interesses legítimos da população, devem ser ouvidas e atendidas, independentemente da relação que o parlamentar mantenha com o prefeito de plantão. O nome disso é princípio da impessoalidade, previsto no artigo 37 da Constituição Federal. 

Perdeu a paciência

Nesta semana, Cesar Patrick, do Republicanos, também fez duras críticas ao governo municipal. Apesar de ainda ter apreço pela pessoa de Padre Osvaldo, o vereador disse discordar do modo como ele administra a cidade. O parlamentar afirmou que perdeu a paciência com o prefeito. 

Catanduva virou Cajamar?

Taise Braz, do PT, fez graves denúncias em relação ao material didático adquirido pela Secretaria Municipal de Educação de Catanduva. Além do atraso na entrega (os livros chegaram apenas em maio) e do uso de mídias ultrapassadas (CDs, que na década passada já eram obsoletos), quando professores tentavam realizar os primeiros acessos ao sistema, acabavam sendo direcionados ao site da Prefeitura de Cajamar, na Grande São Paulo. A parlamentar fez requerimento cobrando informações sobre esses problemas.

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.