PENEIRA FINA – 19.04.23

Mudanças no governo estadual faz romaria de prefeitos migrar para Brasília

Quem acompanha a política local e regional há mais tempo sabe que, nos tempos dos tucanos comandando o Palácio dos Bandeirantes, prefeitos e vereadores costumavam fazer romarias quase que semanais à capital paulista, em busca de recursos. Com a troca do comando no estado, porém, uma nova linha de atuação passou a marcar a relação entre governo e prefeituras. Resumidamente, lideranças regionais que vão até o palácio estão retornando de mãos vazias e sem grandes perspectivas de recursos. Ao que tudo indica, a diretriz principal do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), nesta fase inicial, é economizar recursos e fazer caixa para futuros investimentos. Diante de cenário, muitos prefeitos e vereadores estão direcionando sua romaria para Brasília, em busca de investimentos federais.

Cortando caminho

Na última eleição, os prefeitos da região, em sua quase totalidade, apoiaram o então presidente Jair Bolsonaro, na disputa contra Lula, que acabou sendo vitorioso. Embora essas lideranças não tenham relação próxima com o PT, vale lembrar que o novo governo é uma coalização para lá de ampla, onde cabem pessoas de todas as ideologias, inclusive pessoas que, até anteontem, estavam com Bolsonaro. Dessa forma, ficou fácil para prefeitos cortarem volta do PT e buscarem recursos.

Deputados

Por outro lado, é importante lembrar que os deputados federais e senadores contam com uma quantidade considerável de emendas orçamentárias impositivas para distribuírem junto às suas bases. Portanto, mesmo que não tenham a melhor relação com o partido que comanda o governo federal, prefeitos e vereadores da região poderão obter as verbas de que necessitam para suas cidades diretamente junto aos parlamentares com quem mantêm relações.

Vicinais

A política adotada atualmente pelo governo estadual, de conter os investimentos em obras, inclusive em algumas que já havia sido anunciadas e tiveram convênios assinados no fim do ano passado – como de estradas vicinais na região de Catanduva – preocupam prefeitos. De um modo geral, essas vias encontram-se extremamente deterioradas, sobretudo por conta do tráfego de veículos pesados, como caminhões canavieiros.

Riscos

Politicamente, a decisão de conter recursos e poupar para grandes investimentos a médio e longo prazo pode surtir efeitos positivos ao governo, isto se as obras vierem no tempo certo e forem notadas pela população. Mas pode ser arriscada, como observado nas gestões dos tucanos João Doria e Rodrigo Garcia. A dupla passou três anos fazendo caixa, a ponto de acumular R$ 50 bilhões para serem gastos na fase final do mandato. No fim das contas, a maioria das obras não foram concluídas e Rodrigo não conseguiu se reeleger. Olhar para os erros do passado pode evitar tropeços no futuro.

Repúdio

O vereador Alan Automóveis (PP) apresentou, na sessão de ontem da Câmara Municipal, moção de repúdio pela remoção compulsória de peritos criminais, promovida pela Secretaria Estadual de Segurança Pública. Segundo o documento lido pelo vereador, os profissionais passarão a ficar lotados em Rio Preto. Alan considerou a decisão do governo estadual um retrocesso para Catanduva. Ele elencou outros serviços que deixaram de funcionar na cidade em tempos recentes, como as centrais de atendimento do 190, da Polícia Militar, ou mesmo do 192, dos Bombeiros. A moção de repúdio foi aprovada por unanimidade em plenário e acabou sendo endossada por todos os demais vereadores.

Minuto de silêncio

A pedido do vereador Maurício Riva (PDT), foi realizado, na sessão de ontem da Câmara Municipal, minuto de silêncio pelo falecimento do bispo emérito da Diocese de Catanduva, Dom Antônio Celso de Queiroz, falecido no último domingo (16). O parlamentar também apresentou moção de pesar, que acabou sendo assinada por todos os demais vereadores e foi aprovada por unanimidade.

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.