Macchione ressurge

Perto da reta final da campanha eleitoral, quando Catanduva passa a receber com mais intensidade as visitas de políticos de todos os partidos, o grande fato político deste fim de semana é o vídeo gravado por Afonso Macchione Neto, declarando apoio a Fabio Manzano (MDB). O material tem circulado nas redes, desde anteontem.  

Quebrou o silêncio

Macchione andava distante da política, desde que foi afastado da prefeitura por conta da cassação imposta pela Câmara Municipal e confirmada pela Justiça. Na última eleição para prefeito, vários integrantes de seu governo acabaram apoiando Ricardo Rebelato, inclusive Manzano, que foi candidato a vice. Macchione, porém, não manifestou apoio a ninguém. Agora, ele resolveu quebrar o silêncio.  

Se bem que...

É verdade que Macchione não apoiou ninguém em 2020. Mas não quer dizer que ele não tenha participado da última eleição. Nos bastidores, ele trabalhou intensamente para que os vereadores da última legislatura não fossem reeleitos. E quase atingiu seu intento, ainda que com efeitos colaterais (no caso, a derrota de seu fiel aliado Cidimar Porto). Dos 13 parlamentares da época, apenas três conseguiram se reeleger: Mauricio Gouvea, Luis Pereira e Ivan Bernardi. Vale lembrar que alguns não chegaram a se candidatar, alegando motivos diversos.  

Por que é o fato político

A declaração de apoio de Macchione a Manzano é o grande fato político da semana pelo simples fato de que, goste-se dele ou não, o ex-prefeito é a maior liderança política da cidade nas últimas décadas. Mesmo tendo sido cassado por razões políticas e legais (e aqui não entraremos no mérito dessa questão), ele continua a possuir uma base sólida em Catanduva. Tanto é verdade que, se pudesse ter se candidatado na última eleição municipal, o resultado talvez fosse bem diferente do que o visto nas urnas. Mas o detalhe é que no mundo concreto não existe “se”. Ou as coisas foram ou não foram.   

Será que transfere?

Nas três vezes em que foi eleito prefeito (sem contar 1996, quando sua votação foi anulada pela Justiça Eleitoral, na disputa contra Félix Sahão Júnior), Macchione nunca teve menos de 28 mil votos. Em 2016, ele atingiu sua melhor participação, com 34 mil votos, segunda maior votação absoluta obtida por um prefeito na história de Catanduva, atrás apenas dos 35 mil votos de Geraldo Vinholi em 2012. Resta saber, porém, se ele será capaz de transferir uma parte considerável desse capital político a seu candidato a deputado. Saberemos se sim ou se não, apenas daqui a duas semanas.  

Patrocinou

Uma marca que chama a atenção no governo de Padre Osvaldo é sua predileção por eventos – postura que lembra muito a de seu padrinho político, Geraldo Vinholi. Primeiro foi Festa do Porco, assunto do qual ele tratava diariamente, várias vezes ao dia. Agora, é Dia da Juventude o tema que domina, dia e noite, as preocupações do governo municipal. Para se ter uma ideia de como a coisa anda, anteontem uma leitora deparou-se com um post patrocinado de Padre Osvaldo no Instagram, anunciando o evento. Ela encaminhou o print curioso ao jornal. Não é possível saber quanto foi investido nessa propaganda na rede nem quem pagou. Ela foi veiculada em um dos perfis pessoais do prefeito.  

Camiseta personalizada

Apesar de ontem ser dia de visita do candidato a vice-governador da chapa do PSDB, Geninho Zuliani, a Catanduva, o Dia da Juventude dominou as redes do prefeito. No início da tarde, ele se deixou clicar ao lado da vereadora Ivania Soldati, que também compareceu ao evento. Ambos usavam uma camiseta personalizada, com a frase: “Somos o futuro... Agora!”  

Só para constar

Padre Osvaldo participou do evento com Zuliani em Catanduva, assim como os vereadores Mauricio Gouvea (PSDB) e Nelson Tozo, que é do PDT (partido que tem candidato próprio ao governo), mas optou por prestigiar o evento tucano.