Segurança nas escolas é tema de audiência pública nesta semana

Os recentes ataques ocorridos em escolas de todo o país têm gerado ampla discussão na sociedade. Em Catanduva, será realizada na próxima quinta-feira, dia 20, uma audiência pública com o objetivo de debater a segurança no ambiente escolar. Temas como saúde mental e acolhimento também serão debatidos durante esse encontro, que ocorrerá por iniciativa do mandato da vereadora Taise Braz (PT). A audiência terá início às 17h, será aberta à população em geral e transmitida pelas redes sociais do Legislativo catanduvense.

Luto

Na noite deste domingo, Catanduva foi pega de surpresa com a notícia do falecimento do bispo emérito da diocese local, Dom Antônio Celso de Queiroz. Nascido em Pirassununga, ele tinha 89 anos de idade. Nos últimos tempos, encontrava-se com a saúde debilitada e não fazia aparições públicas. As pessoas mais jovens, que não conviveram com ele, talvez não façam ideia da relevância dessa figura, que ultrapassou, e muito, a esfera religiosa.

Vida atuante

Apesar de ser brasileiro nato, Dom Celso iniciou sua vida religiosa na Espanha, tendo sido ordenado padre na cidade de Comillas, localizada na comunidade autônoma da Cantábria, no ano de 1960. Em 1975, foi nomeado bispo e ordenado para o cargo, assumindo como primeiro bispo-auxiliar da Região Episcopal do Ipiranga, que acabara de ser criada na Arquidiocese de São Paulo. Esta é uma das circunscrições mais populosas da capital paulista e que abrange regiões com graves problemas sociais, caso da favela de Heliópolis, uma das maiores do país.

CNBB

Dom Celso também teve uma atuação marcante na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), entidade da qual foi secretário-geral de 1987 a 1994 e vice-presidente 2003 a 2007. Durante esse período, a instituição assumiu um papel relevante na discussão de temas políticos do país.

Catanduva

Em 2000, quando ocorreu a divisão das dioceses de São José do Rio Preto, Jaboticabal e São Carlos, Dom Celso foi escolhido por João Paulo II para assumir a recém-criada Diocese de Catanduva. Ele permaneceu no cargo até 2009, quando renunciou por idade, sendo substituído por Dom Otacílio Luziano da Silva. Permaneceu, no entanto, como bispo emérito até seu falecimento.

Desfavelamento

Durante o período em que esteve à frente da Diocese de Catanduva, Dom Celso teve papel crucial para a realização do projeto do Desfavelamento, desenvolvido pela prefeitura no início da década retrasada. A cidade contava com dois núcleos de favelas, localizados na rua Mococa e no Parque Iracema. A Igreja, em especial a Paróquia São Francisco de Assis, ajudou a organizar os moradores em torno do projeto, que resultou na construção do Conjunto Eldorado. A atuação de Dom Celso nesse episódio foi resgatada pela deputada estadual Beth Sahão, em post publicado nas redes sociais. “Durante essa convivência percebíamos que a causa da sua vida sempre foi pautada na promoção do bem estar e da cidadania de todos e de todas, em especial dos mais pobres. O céu está recebendo um ser humano abençoado. Descanse em paz!”

Pesar

O prefeito Padre Osvaldo de Oliveira Rosa (PSDB) publicou foto ao lado do corpo de Dom Celso, com os seguintes dizeres: “Combateu o bom combate, acabou a carreira. Guardou a fé! Nossa última homenagem ao eterno bispo de Catanduva Dom Celso. Descanso eterno, mas sempre será lembrado por sua vocação em servir e sua personalidade social e paternalista. Para sempre em nossos corações.”

Lamento

O secretário municipal de Administração, Richard Casal, também se lamentou pelo falecimento de Dom Celso e não poupou elogios ao religioso: “Um homem de princípios, humilde demais, sábio, generoso e sempre atencioso com todos, especialmente com os mais necessitados. Tive a honra de ser o primeiro jornalista a entrevistá-lo, daí nasceu uma grande amizade. Ele teve participação decisiva no desfavelamento de Catanduva. Seu lema era: ‘Amou até o fim.’”