PENEIRA FINA – 17/07/2022

Capital Nacional da Lombada

A manchete de ontem do jornal O Regional traz a informação de que a Prefeitura de Catanduva gastará R$ 2 milhões em quebra-molas. O recurso para essas obras, que transformarão nossa cidade na Capital Nacional da Lombada, é destinado pelo órgão estadual Detran, mas vem dos impostos que todo cidadão paga, nas mais diversas ocasiões, inclusive quanto compra comida no supermercado ou remédio na farmácia. 

Prioridades

Com relação a esse tipo de obra, vale questionar até que ponto elas são de fato prioridade. A pergunta é relevante porque o país atravessa grave crise econômica, com milhões de famílias passando por dificuldades. O estado de São Paulo e Catanduva não estão imunes a essa situação. Para solucionar inúmeros problemas urgentes que afligem as pessoas, o discurso é de que nunca há dinheiro. Mas, para outras coisas, a grana está sempre sobrando.  

Argumentos técnicos

Seria de bom alvitre que a Prefeitura de Catanduva viesse a público e explicasse as razões técnicas para a instalação de todas essas lombadas. Melhor ainda seria se elas seguissem o mesmo padrão de construção, especialmente no que diz respeito à altura – já que, nesse quesito, a margem de tolerância anda bem frouxa. 

Quanto tempo dura?

A ausência de uma explicação técnica por parte do atual governo dá brecha para que, em um futuro não tão distante, toda essa fortuna gasta em lombadas vire pó. Em Catanduva, a exemplo do que ocorre no restante do Brasil, é muito comum que, nas mudanças de gestão, o novo prefeito abandone ou passe a desfazer tudo o que o antecessor construiu. As ciclofaixas de Macchione e as fontes luminosas de Geraldo Vinholi estão aí para provar essa verdade.  

Acessibilidade

Algumas das novas lombadas - caso da que foi instalada na rua Sete de Setembro, no Higienópolis - contam com faixa para pedestre. Nesse caso, ela representa uma intervenção relevante no quesito acessibilidade. As lombofaixas, como são conhecidas, facilitam, e muito, a vida das pessoas cadeirantes, quando elas precisam atravessar a rua. 

Por outro lado

Lombada é um assunto que está longe de ser uma unanimidade negativa ou positiva em Catanduva. Pelo contrário. Se, por um lado, motoristas se queixam da instalação dessas estruturas, por outro, os moradores de diversos bairros costumam implorar pela proliferação dos quebra-molas. Diariamente, vereadores são procurados por cidadãos clamando por lombadas. Isto ocorre porque, infelizmente, é comum que carros transitem em alta velocidade em áreas residenciais, colocando em risco as vidas de animais e de pedestres, especialmente idosos e crianças. 

Comemorou

Um exemplo do que dissemos acima foi um post feito pela vereadora Taise Braz no Facebook, dias atrás. Ela celebrava a instalação de lombadas no Jardim Vertoni e próximo à Emei Idette Couto, no Glória. Ela havia apresentado requerimento na Câmara Municipal, solicitando os redutores de velocidade. Assim como ela, volta e meia os demais vereadores encaminham pedidos de lombadas ao Executivo. Nos comentários da publicação de Taise, um homem aproveitou para clamar por um redutor de velocidade na rua Maranhão, entre as ruas Borborema e Cedral. 

Mutirão contra a dengue

Ontem, funcionários da Equipe Municipal de Combate ao Aedes aegypti (EMCAa) realizaram mutirão contra a dengue na região do Imperial e do Gabriel Hernandes. Depois de atingir picos de 1.296 casos em abril e 992 em maio, a doença deu uma arrefecida em junho, com 191 pacientes confirmados. Em julho, por enquanto, não sabemos como está a situação da dengue, já que o boletim epidemiológico não é atualizado desde 1º de julho. 

Capacitação

Na semana retrasada, os funcionários da EMCAa receberam treinamento para utilização do inseticida e do larvicida Natular, empregado no combate ao Aedes. Fabricado nos Estados Unidos, o produto conta com uma substância residual que permanece ativa no local onde foi aplicada por até 60 dias, no caso do larvicida, e 15 dias, no caso do inseticida.

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.