PENEIRA FINA – 15.12.22

Eleição da Câmara ainda repercute em Catanduva

Por conta de nosso horário de fechamento, não conseguimos dissecar todos os detalhes da eleição da nova mesa diretora da Câmara Municipal, ocorrida depois das 18h. Então, traremos aqui algumas impressões sobre o que ocorreu, antes, durante e depois da votação.

Marrocos

Os leitores estão sabendo que Marrocos foi eliminado pela favorita França, na Copa do Mundo 2022. Mas deu trabalho, a ponto de eliminar diversos times fortes na competição. Assim também foi o vereador Belê, que perdeu a eleição, mas por bem pouco e de maneira inesperada.

Anticandidato

Nos tempos da ditadura militar, quando o Congresso Nacional encenava uma eleição indireta, em que só o candidato alinhado ao governo tinha chance de virar presidente da República, o então deputado federal Ulisses Guimarães, do MDB, resolveu lançar-se na disputa, sabendo que seria derrotado de maneira avassaladora, já que seu partido era minoria e os militares não permitiriam que ele tomasse posse. Ainda assim, ele topou a parada e declarou ser o “anticandidato”. Essa história se aplica, de certa forma, ao caso de Belê.

Candidaturas não vingaram

O grupo que atualmente comanda a Câmara Municipal inicialmente tentou lançar Ivania Soldati (Republicanos) à presidência. A ideia era enquadrar o colega de bancada César Patrick, que há meses integra o chamado “Grupo dos 7”. Porém, a estratégia não vingou, já que Patrick reafirmou a fidelidade a Marquinhos Ferreira (PT) e companhia. Na medida em que a vereadora não conseguiu viabilizar sua candidatura, Nelson Tozo (PDT), resolveu encarar a missão.

Votaria em si próprio

Segundo fontes ouvidas pela coluna, Tozo teria procurado Belê, dias antes da eleição. O vereador do Cidadania teria afirmado que não votaria em Marquinhos, mas que tampouco votaria em algum nome do outro grupo. Portanto, seu voto seria em si próprio. O que não se sabe, até agora, é se votação obtida por Belê foi fruto de alguma manobra derradeira para tentar derrubar o “Grupo dos 7” ou se isso não passou de uma saída para não desperdiçarem o voto, diante de uma situação que já era dada como favas contadas. Em todo caso, mesmo sem nunca ter sido candidato de fato, Belê esteve perto de ser eleito.

Celebrou

Em suas redes sociais, a deputada estadual eleita Beth Sahão (PT) celebrou a vitória de Marquinhos Ferreira para a presidência da Câmara Municipal, e também a eleição de Taise Braz como primeira secretária. Ele postou foto ao lado do vereador, que foi um dos principais articuladores de sua campanha na região.

E o prefeito?

Dissemos, ontem, Padre Osvaldo de Oliveira (PSDB) manteve-se em cima do muro, nessa disputa pela presidência da Câmara. Pessoalmente, afirma-se que ele preferia que Ivania ocupasse o cargo. Porém, no fim das contas ele acabou ficando de mãos atadas, já que, dentro de seu governo, havia nomes de peso apoiando cada um dos grupos. Vale lembrar, por exemplo, que seu partido estava fechado com Marquinhos, desde o início da legislatura.

Oposição?

O resultado da eleição da mesa diretora pode sinalizar para um futuro um tanto preocupante para Padre Osvaldo, uma vez que o Legislativo será comandado, nesta reta final de seu mandato, por um partido de oposição (e que tem como liderança sua principal adversária na cidade). É pouco provável, porém, que Marquinhos adote uma postura radical em relação ao governo municipal.

Cumprimentos

Terminada a eleição da mesa diretora, vereadores trataram de fazer as coisas voltarem à normalidade. Gleison fez questão de cumprimentar o presidente eleito, assim como outros vereadores de seu grupo. Um fato, porém, chamou a atenção. Ivania Soldati foi a única a não parabenizar Marquinhos pela vitória. A postura talvez não passe de um simples descuido, ou talvez seja reflexo da disputa interna que se criou no Republicanos, partido ao qual ela é filiada.

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.