PENEIRA FINA – 15.03.23
Catanduva volta a ter representante na Alesp
Depois de passar mais de dois anos sem representação na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Catanduva volta a contar com uma deputada estadual. Ninguém menos que Beth Sahão (PT), eleita para mais um mandato, em 2022. Este será o sexto mandato da parlamentar, apesar de que será apenas o terceiro completo (se tudo correr bem). As eleições 2002, 2014 e 2022 foram as ocasiões em que Beth elegeu-se direto, para assumir já no primeiro dia de mandato. Já em 2006 e 2010 (ano em que alcançou sua maior votação), ela acabou ficando na suplência, para assumir mais tarde (no primeiro caso, depois que colegas de bancada tornaram-se prefeitos em 2008; no segundo, ocupando a vaga deixada por José Cândido, falecido em 2012). Em 2018, o caso foi mais complexo. Inicialmente, Beth seria suplente, mas acabou sendo declarada eleita e diplomada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), no lugar do também petista Mário Maurici, que foi impugnado pela Justiça. No fim das contas, o colega reverteu a situação nos tribunais e conseguiu ficar com a vaga, em meados de 2020.
O que esperar
O retorno de Beth à Alesp vem acompanhado da expectativa de que ela destine recursos para Catanduva. Sabe-se que a parlamentar é adversária do atual prefeito Padre Osvaldo de Oliveira Rosa (PSDB), com quem travou uma disputa virulenta na última eleição municipal. De qualquer forma, em diversas ocasiões a petista afirmou que destinaria emendas para a cidade, independentemente de quem estiver no poder. Vejamos como será a relação entre ela e o prefeito, a partir de agora.
2024 ou 2026?
No meio político, o nome da petista é sempre lembrado para eventuais disputas municipais, ainda que ela não tenha ainda obtido êxito no projeto de se tornar prefeita. Nas esquinas de Catanduva, os palpites divergem. Há quem diga que Beth virá com ânimo renovado para a eleição de 2024. Outros apostam que ela concentrará seus esforços na atividade parlamentar, fortalecendo os apoios ao redor do estado, para chegar com mais fôlego a 2026.
Faca de dois gumes
Disputar ou não a prefeitura é o que podemos chamar de faca de dois gumes para Beth Sahão. Participando do pleito municipal, ela enfrentou momentos de desgaste, por conta das derrotas sofridas em 2008, 2012, 2016 e 2020 (isto sem contar os recursos gastos nessas disputas). Ao mesmo tempo, porém, a eleição majoritária garante a ela os holofotes necessários para que permaneça firme na mente do eleitorado. Atualmente, poucos políticos em Catanduva são tão lembrados quanto ela.
Partido
Da mesma forma, o PT, partido de Beth, tem uma influência dúbia sobre seu desempenho. Muito se fala, por exemplo, da rejeição que a legenda carrega nas disputas majoritárias em Catanduva, fato que ficou evidente nos últimos pleitos municipais e gerais. Por outro lado, o PT tem seu eleitorado fiel. Na última eleição presidencial, por exemplo, Lula obteve 20.300 votos no segundo turno, em nossa cidade. Isso representa apenas 600 votos a menos que Padre Osvaldo alcançou para derrotar Beth, Roberto Cacciari e Ricardo Rebelato, em 2020. Em um cenário pulverizado, ainda que o partido tenha rejeição imensa em Catanduva, pode garantir a uma candidata (ou candidato, nunca se sabe) a quantidade de votos necessária para eleger uma prefeita (ou prefeito). Ainda há muita água para rolar debaixo dessa ponte. Mas as articulações que serão feitas até lá serão interessantes.
Ausente
Na sessão de ontem da Câmara Municipal, o único vereador ausente foi Gleison Begalli (PDT), que viajou a Brasília em busca de recursos com parlamentares. Por falar em PDT, o presidente da legenda no município, Richard Casal, celebrou nas redes a filiação do apresentador José Luiz Datena para, ao que tudo indica, disputar a prefeitura de São Paulo pelo partido, em 2024.
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