PENEIRA FINA – 14.12.22
Desta vez, não tivemos surpresa na eleição da Câmara Municipal
Tudo está consumado. O grupo ligado ao presidente da Câmara, Gleison Begalli (PDT), foi derrotado na eleição para a presidência da Casa, realizada ontem à noite. Segundo parlamentar com mais tempo de casa, depois de Luis Pereira (PSDB), Marquinhos Ferreira (PT) elegeu-se pela primeira vez para o cargo de presidente, em uma votação acirrada, derrotando Bellê (Cidadania) por 7 a 6. Foi voto a voto, numa situação muito parecida às disputas de pênaltis ocorridas recentemente na Copa do Mundo. E, ao contrário do que muitos imaginavam (ou desejavam), desta vez não tivemos surpresa alguma. Há algumas semanas, Marquinhos já estava sacramentado como o vencedor. Anteontem, foi dormir eleito. E assim permanecerá, pelos próximos dois anos.
Negociação vem há tempos
Marquinhos foi derrotado por Gleison na eleição para a presidência da Câmara, no início da atual legislatura. Naquele momento, a balança do governo do recém-eleito prefeito Padre Osvaldo de Oliveira Rosa (PSDB) pendia mais para o lado do PDT do que para o grupo de seu partido, que reunia ainda o petista e Alan Automóveis (PP). Encerrada a disputa da mesa diretora, o grupo não se desfez e passou a ganhar adesões, como César Patrick, que se tornou o voto decisivo na noite de ontem. Mas não foi o único.
Bellê
Bellê, que havia sido o voto decisivo em favor de Gleison, em 2021, voltou a figurar como protagonista nesta eleição da presidência da Câmara. Nos últimos dias, vários nomes do grupo do atual presidente surgiram nas articulações, como Nelson Tozo e Maurício Riva (ambos do PDT) e Ivania Soldati (Republicanos). Menos Belê era citado. Conversas de bastidores dão conta de que ele teria declarado em conversas informais que, para não se comprometer com nenhum dos grupos, votaria em si próprio. Se era esta mesma a intenção, não saberemos. Mas o fato é que ele votou mesmo em si próprio. Mas, logo em seguida, começou a ser votado por todos os vereadores ligados a Gleison. E, assim, a disputa foi resolvida apenas no penúltimo vereador, Patrick. Isto porque Taise Braz (PT), última pela ordem alfabética, era voto líquido e certo para seu colega de partido.
Superando traumas
O presidente eleito da Câmara Municipal carregava um trauma envolvendo a disputa da mesa diretora. No fim de 2010, Marquinhos havia feito uma ampla articulação com diversos vereadores e se cacifou para ganhar a presidência. Porém, para surpresa de muitos, quem acabou sendo eleito foi Daniel Palmeira de Lima. Desta vez, ele soube se precaver com antecedência, de modo a evitar qualquer percalço inesperado.
Sessão atrasou
Inicialmente, estava previsto que a escolha da mesa diretora ocorresse pontualmente às 17h30, horário em que habitualmente começam as sessões. Porém, a transmissão não entrou no momento esperado. Houve até quem perguntasse se a demora se devia ao jogo da Argentina, pela semifinal da Copa. Ao que parece, o atraso nada teve a ver com o Mundial, mas sim com questões técnicas. Seja como for, a votação teve início apenas às 18h06, quando os argentinos celebravam o baile em cima da Croácia, algoz do Brasil na última sexta-feira.
Outros eleitos
A vice-presidência ficou com Alan Automóveis, ao passo que Patrick, atual ocupante desse cargo, passará a ser o segundo secretário. A primeira secretaria ficará com Taíse, que se torna, assim, a primeira mulher negra da história de Catanduva a ocupar um cargo na mesa diretora da Câmara Municipal.
Vamos aguardar
A lei da ação e da reação é da física, mas também se aplica à política. Todo fato ocasiona uma reação, no mundo do poder. Vejamos como serão os desdobramentos dessa eleição, ao longo dos próximos dias. No decorrer desta semana, traremos aqui uma análise sobre possíveis cenários que começam a se desenhar em Catanduva.
Autor