Prestigiado

Uma das surpresas no evento realizado pela Prefeitura de Catanduva e pelo Governo do Estado, no último sábado, foi a presença do ex-vereador e atual secretário-geral de Administração da Alesp, Julinho Ramos, que inclusive foi chamado ao palco. Segundo Julinho, ele foi prestigiar o secretário Marcos Penido, que é seu amigo. Para quem não se lembra, o ex-vereador não estava no grupo de apoio que elegeu o prefeito Padre Osvaldo de Oliveira Rosa (PSDB).  

Passeata dos enfermeiros

Ontem à tarde, ocorreu no Centro de Catanduva a passeata organizada pelo Sindicato da Saúde, em protesto contra a decisão do STF que suspendeu por dois meses a aplicação do piso nacional da enfermagem. Vestidos de preto, profissionais da categoria desceram a rua Brasil em direção à Câmara Municipal.  

Apoio

O candidato a deputado federal Beto Cacciari (PL) não é enfermeiro, mas sim médico. Ainda assim, ele participou da manifestação da categoria em Catanduva. Beto, que ajudou a carregar faixas durante a passeata, ateve-se ao figurino, utilizando também uma camiseta preta. Porém, aproveitou para incluir nela o número de sua candidatura ao parlamento. No fim das contas, ele foi o único candidato da cidade a comparecer à atividade.  

Vale lembrar

Beto Cacciari tem feito campanha casada com Jair Bolsonaro (PL) e o candidato a governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O presidente e seus aliados são críticos contumazes do STF, por conta de diversas decisões recentes tomadas pela corte. A liminar de Luís Roberto Barroso, que suspendeu por 60 dias a aplicação do piso da enfermagem, ajuda a jogar ainda mais lenha na fogueira, dando munição para as críticas feitas pelos apoiadores de Bolsonaro. Isto porque o presidente sancionou a lei que instituiu o pagamento aos profissionais da área. E a medida é alvo de apoio de grande parte da sociedade, por conta de todo o esforço demonstrado pela categoria durante a pandemia.  

Veto

O prefeito Padre Osvaldo vetou projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal, que garantia prioridade às mulheres vítimas de violência em projetos habitacionais realizados em Catanduva. Na justificativa da medida, o chefe do Executivo enumera uma série de razões jurídicas, inclusive alegando que a proposta fere o pacto federativo, na medida em que os programas habitacionais são estaduais e federais.  

Legalidade flexível

Pelo visto, as noções de legalidade e constitucionalidade da Prefeitura de Catanduva variam de acordo com o gosto do freguês. A legislação federal veta uma série de práticas adotadas pelo atual governo, por exemplo, no que diz respeito ao loteamento ligado a Padre Osvaldo. Ainda assim, deu-se jeito para tudo. Não se nota tanto empenho na hora de apoiar uma medida que poderia evitar agressões e salvar vidas.  

Dependência econômica

Uma das maiores causas de reincidência da violência sobre a mulher é a dependência econômica em relação ao marido ou companheiro. Muitas deixam de dar queixa porque simplesmente não têm para onde ir. Nesse sentido, dar prioridade às vítimas de agressões domésticas seria um passo e tanto na proteção dessas mulheres. Vale lembrar que quem organiza os cadastros e sorteios de interessados em participar desses projetos habitacionais é a prefeitura. Sem a participação dela, nenhum empreendimento desse tipo sai do papel.