PENEIRA FINA – 13.12.22

Terceirização na Emcaa poderá custar mais de R$ 600 mil aos cofres públicos

Dias atrás, soltamos aqui a informação de que o secretário municipal de Saúde de Catanduva, Rodrigo das Neves Cano, lançou licitação para a contratação de uma empresa para realizar trabalho descrito como complementar ao das Equipes Municipais de Combate ao Aedes aegypti. Faltou, porém, informarmos o preço disso tudo. Pelos valores descritos no edital, esse pontapé inicial na terceirização do setor poderá custar até R$ 612 mil.

Terceirizando tudo

Quando a reestruturação do serviço público municipal foi aprovada, pessoas ligadas à administração municipal já admitiam que a terceirização seria um caminho para alguns setores. A saúde, que já é em grande parte terceirizada, caminha para, muito em breve, estar quase que inteiramente nas mãos de gestores privados. Aliás, o secretário era funcionário de uma delas, a Associação Mahatma Gandhi, que gerencia os postinhos e a UPA 24h.

Roupa suja se lava em público

O Republicanos de Catanduva resolveu lavar roupa suja em público. O presidente da legenda no município, Fábio Carlos da Silva, soltou nota, ontem, com o posicionamento a respeito da disputa da mesa diretora da Câmara Municipal. É uma tentativa de direcionar os votos dos vereadores da legenda – ou, de pelo menos um deles – para que não votem em candidatos do PT. Até que ponto esse tipo de determinação, vinda de uma comissão local, tem poder de mudar o voto de um vereador? Amanhã, saberemos.

Ou melhor...

As decisões de instâncias partidárias locais precisam estar alinhadas com as direções estadual e federal, para surtirem efeito. Todo dirigente poderá alegar que em sua legenda as coisas são diferentes. Na vida real, porém, a resolução local só avança se estiver amarrada no andar de cima.

Exemplo local

No fim de 2010, por exemplo, Nelson Tozo, que estava no PSDB, chegou a sofrer um pedido de expulsão e de perda de mandato, movido por Lucas França, primeiro suplente da legenda, na época. Tudo porque ele contrariou a decisão local do partido, que havia fechado apoio a Daniel Palmeira. Tozo, que era do outro grupo, optou por votar em si próprio e não seguir os três colegas (Nelson Lopes Martins, Vanir Braz e Luis Pereira). O então presidente do diretório municipal tucano Wilson Farizato chegou a fazer alarde na imprensa com a denúncia, mas no fim o vereador não apenas concluiu seu mandato como ainda trocou de legenda, na janela partidária.

Antes podia, hoje não mais

Se hoje o Republicanos solta nota afirmando que não apoia candidaturas do PT, em 1º de janeiro de 2021 as coisas eram meio diferentes. Os dois vereadores do partido, assim como todos os demais integrantes do grupo que apoia a atual mesa diretora da Câmara Municipal votaram em Marquinhos Ferreira (PT), para o cargo de segundo secretário do Legislativo. O petista acabou recusando a indicação, de modo que quem assumiu a vaga foi Luís Pereira (PSDB).

Votação para presidente

A escolha do novo presidente da Câmara Municipal de Catanduva alterará um pouco a rotina da sessão. A votação está marcada para ocorrer às 17h30, assim que forem abertos os trabalhos. Trata-se de um processo até que rápido, em que cada vereador é chamado a declarar seu voto para cada um dos cargos da mesa diretora: presidente, vice e as duas secretarias da casa.

Como funcionam as candidaturas

Diferentemente das eleições gerais, a escolha da mesa diretora da câmara não conta com registros prévios de candidatura. Qualquer vereador está apto a votar e ser votado, em sistema aberto. Não existe uma chapa formalizada, embora, nas articulações de bastidores, sejam negociados os nomes que ocuparão cada cargo na mesa. Então, pode ocorrer, por exemplo, de serem eleitos presidente e vice de grupos opostos, embora isso seja uma hipótese mais incomum de se concretizar.

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.