PENEIRA FINA – 13.04.23
Mães vão à Câmara cobrar segurança nas escolas
Um grupo com algumas mães de estudantes da rede municipal de ensino esteve presente à última sessão da Câmara Municipal, na terça-feira, a fim de cobrar mais segurança nas unidades de ensino. Elas pedem que a prefeitura implemente a legislação aprovada pelo Legislativo, que prevê a instalação de detectores de metais na entrada das escolas. Elas levaram cartazes cobrando o atendimento à demanda e receberam o apoio dos vereadores, que, em seus discursos, reforçaram o pedido.
Versões
Desde anteontem, circulam pela cidade versões de supostas tentativas de massacres que teriam ocorrido em cidades da região, além de ameaças de ataques que seriam perpetrados em escolas da cidade. O que se tem notado, até o momento, é o reforço de segurança em unidades públicas e particulares de ensino, incluindo com a maior presença de viaturas da PM e da Guarda Civil Municipal (GCM) nas imediações desses locais.
Mais medidas
Algumas escolas particulares de Catanduva alteraram sua rotina diária, incluindo a entrada e saída de estudantes. Também contrataram seguranças para permanecerem em suas entradas e na parte interna. Em contrapartida, pais e mães cobram a adoção de mais medidas como a instalação de detectores de metais e de cercas elétricas para impedir eventuais invasões.
Segurança ajuda
A presença de seguranças treinados e que estejam prontos para responder de maneira imediata a ataques certamente terá o efeito preventivo em relação a tais episódios. Em que pese o fato de declararem que têm problemas mentais, os autores desses ataques são cirúrgicos ao escolherem locais onde não encontrarão reação à altura. Atacam creches, por exemplo, mas não um local repleto de homens adultos.
Via de mão dupla
Muito se fala sobre erguer muros de escolas ou instalar cerca concertina ou eletrificada nesses locais. São medidas para lá de válidas. Mas, e se o algoz estiver dentro da própria escola, como no caso dos alunos que atacaram colegas e professores, recentemente? Nas redes sociais, pais cobram da escola e do poder público a adoção de medidas de segurança. É importante lembrar, porém, que isso é uma via de mão dupla. Muita gente que passa o dia reclamando pelo celular não se dá ao trabalho de verificar o que o filho leva para a escola na mochila. Ou como é sua rotina diária, especialmente na Internet. Cobrar dos outros é fácil. Cuidar dos seus, nem tanto.
Medidas judiciais
Algumas escolas de Catanduva, ao anunciarem a adoção de medidas visando aumentar a segurança dos estudantes, aproveitaram para avisar que adotarão medidas judiciais em relação a quem postar ou compartilhar conteúdos que possam ser considerados caluniosos ou difamatórios. Nos últimos dias, em meio ao clima de histeria generalizada que se criou, muita gente tem aproveitado para espalhar terror e muita desinformação pelas redes.
Cúmplice
O Twitter, rede social norte-americana, decidiu não excluir centenas de perfis que fazem apologia aos massacres ocorridos em escolas brasileiras. As contas, algumas das quais com milhares de seguidores, tratam os criminosos como heróis e estimulam a realização de novos crimes. A advogada da empresa informou que tais atividades não violariam os padrões da rede social. Podemos perguntar se a coisa funcionaria desse jeito, caso o Twitter procedesse da mesma forma em seu próprio país.
Liberdade de expressão?
Um dos fundamentos da democracia é a liberdade de expressão. Mas vale lembrar que nenhum direito é absoluto. Ele acaba quando começa o do outro. Apologia à violência, ainda mais quando praticada contra crianças indefesas, não tem nada a ver como liberdade. É crime, que deveria ser punido de maneira exemplar.
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