PENEIRA FINA – 12/10/2022
Tentando sobreviver
O PSDB de São Paulo foi defenestrado nas urnas pelos eleitores paulistas, no último dia 2 de outubro. Mas a legenda se recusa a entregar os pontos. Depois de o candidato derrotado Rodrigo Garcia buscar abrigo na campanha de Tarcísio de Freitas (Republicanos) - que, aliás, já avisou que não o quer no palanque -, foi a vez de o diretório estadual dos tucanos em SP, comandado por Marco Vinholi, declarar apoio ao candidato ao governo.
Neutralidade nacional
No plano nacional, o PSDB optou pela neutralidade na disputa entre Lula e Bolsonaro. O que não deixa de ser uma boa notícia para os dois candidatos, que não terão de carregar consigo o espectro do ex-governador João Doria Junior.
Inusitado
Apesar de institucionalmente o PSDB nacional estar neutro, lideranças ficaram livres para se posicionarem a favor deste ou daquele candidato. Com isso, podemos presenciar situações inusitadas, como a do ex-governador José Serra, que, neste ano, não conseguiu nem mesmo se eleger deputado. Em São Paulo, ele declarou apoio a Tarcísio, ao passo que, no plano federal, estará com Lula.
Será que dá voto?
Outro caso curioso é o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Desde antes de deixar a presidência, na eleição de 2002, ele sempre funcionou como um apoio às avessas para os tucanos. Candidatos do PSDB faziam de tudo para escondê-lo durante as campanhas. Ao mesmo tempo em que os adversários, especialmente o PT, sempre faziam questão de recordar os eleitores de sua existência. Eis que chegamos a 2022 e FHC passa a ser exibido pelo PT como o grande reforço da campanha do segundo turno. Haverá método ou lógica nesse raciocínio? Será que o ex-presidente agregará votos ou rejeição? Ou será que não causará impacto algum? Em 30 de outubro, vamos descobrir...
Kassab
Um dos principais responsáveis pelas articulações - que, até o momento, favorecem Tarcísio - é o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD). Pode-se afirmar muita coisa a respeito dele, enquanto político. Mas não se pode negar que ele é uma espécie de bússola do poder. Ele sabe, como ninguém, para onde os ponteiros da sorte apontam.
Comitês fechados
Nos últimos dias, muita gente em Catanduva afirmou muita coisa em relação a possíveis apoios eleitorais no segundo turno. O curioso, porém, é que os comitês de campanha de várias dessas lideranças locais encontram-se fechados. Se a intenção é pedir voto para A ou B, não sabemos bem como esse trabalho será feito nem com que estrutura irá contar. A menos que acreditem que gravar um vídeo de apoio basta para levantar votos para um candidato.
Nada é por acaso
Falando um pouco de nossa realidade local em Catanduva, chama a atenção o esforço tremendo que o governo de Padre Osvaldo tem feito, nos últimos dias, de transmitir ao público a ideia de que é realizador de obras. Quando um político bate demais em determinada tecla, é porque geralmente o público nutre uma visão distinta da que governante deseja passar.
Vinholi
Nesse sentido, impossível não fazer o paralelo entre o governo atual e o de seu padrinho político Geraldo Vinholi. Ao longo do mandato, o então prefeito tentou de todas as formas se mostrar aos catanduvenses como um realizador. Da mesma forma que Padre Osvaldo hoje divulga, nas redes e por meio de peças visuais, propagandas sobre asfalto e outras obras, Vinholi também fez muita publicidade sobre esse tema. No fim, todos vimos no que deu.
Pata
No meio político, muita gente afirma que gestores públicos deveriam imitar a galinha, em vez da pata. A primeira, apesar de botar um ovo menor, acaba tendo seu produto mais consumido do que o da última, que é maior e mais nutritivo. Isto porque a pata põe seu ovo em um local escondido e em silêncio, ao passo que a galinha faz muito barulho ao botar. Pode até ser que a máxima funcione. Mas temos de convir que a propaganda só funciona quando o produto é bom de verdade. No fim das contas, não adianta cartaz, outdoor, banner ou post impulsionado, se a população não sente melhora em sua vida objetiva.
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