PENEIRA FINA - 11.03.23

Chuva e interdição da rua XV de Novembro gera caos no trânsito de Catanduva 
 
Nossos leitores mais atentos já devem ter percebido que, em dias de chuva, o trânsito em Catanduva, que já é difícil em situações normais de pressão e temperatura, costuma ficar mais complicado. Mas não existe nada tão ruim que não possa piorar. A obra que está sendo realizada na passagem de nível da ferrovia, no cruzamento com a rua XV de Novembro, serviu para criar um verdadeiro caos no fim da tarde desta sexta-feira (10). O problema se dá porque os motoristas que vêm da rua Amazonas, na esperança de pegarem a XV, são forçados a seguir pela rua Sete de Setembro. Por volta das 17h30, uma fila imensa de carros podia ser vista no local, tentando acessar o pontilhão e alcançar rotas alternativas para bairros como São Francisco, Vertoni, Conjunto Euclides, Solo Sagrado e Bom Pastor.  
 
Conversão complicada 
 
Outro complicador é para quem vem da rua Brasil para subir a rua XV, em direção ao São Francisco e bairros adjacentes. Em geral, essas pessoas costumam utilizar a faixa da direita, enquanto a da esquerda é usada por quem deseja ir em direção ao Higienópolis, Jardim do Bosque, Lunardelli, Tarraf, Colina do Sol e assim por diante. Com a rua XV fechada, porém, os motoristas concentram-se todos na faixa da esquerda. A esquina do Fórum, no cruzamento da XV com a Sete, tornou-se motivo de dor de cabeça para quem desejava voltar para a casa, depois de uma semana de trabalho.  
 
Recorrente 
 
É evidente que eventuais obras de reparo e manutenção na linha férrea são necessárias. O problema, porém, é que elas costumam ser demasiadamente demoradas. No ano passado, a mesma rua XV de Novembro permaneceu vários dias interditada, também por conta de obras na ferrovia. Agora é torcer para que o serviço não se prolongue por tanto tempo, pelo bem do direito de ir e vir da população catanduvense.  
 
Susto 
 
Durante alguns dias desta semana, especialmente quando ocorria temporal, era comum as pessoas que passavam próximo à linha férrea serem pegas de surpresa por um estrondo similar ao de colisões, durante a passagem das composições pelo Centro. No fim das contas, nenhum incidente ocorreu – ainda bem! Nos dias chuvosos, os trens vinham adotando uma velocidade reduzida no perímetro urbano.  
 
E a retirada dos trilhos? 
 
O ditado popular “filho feio não tem pai” aplica-se bem à lenda da retirada dos trilhos da zona urbana. Nossos leitores devem se recordar das vezes em que isso foi anunciado por políticos, em eventos apoteóticos. Nessas horas, todo mundo fez questão de posar de pai da criança. O tempo passa, porém, e nenhum desses projetos sai do papel. Quando a cobrança ocorre, ninguém aparece para assumir a responsabilidade.  
 
Por que lenda? 
 
Podemos nos referir à retirada dos trilhos da área urbana de Catanduva como lenda por conta dos recentes movimentos feitos pela própria empresa Rumo, que detém a concessão da linha férrea que atravessa a cidade. Atualmente, a empresa vem trabalhando a todo vapor em obras que serão realizadas em Catiguá, cidade que é atravessada pelos trilhos. Ali, a Rumo vai instalar um viaduto sobre a avenida José Zancaner, principal via da cidade e que interliga o acesso à rodovia Washington Luís à saída para Tabapuã. Se a Rumo tivesse mesmo intenção de retirar os trilhos do Centro de Catanduva, ela teria de fazer também alteração no trajeto não apenas em nosso município, mas também em Catiguá, algo que não vai acontecer. É evidente que pode chegar um dia em que teremos uma surpresa positiva relacionada a esse caso. Quando isso acontecer, poderemos trocar a palavra lenda por milagre. E celebrar uma coisa que, no fim das contas, será benéfica a todos.

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.