PENEIRA FINA – 10/06/2022

Não licita, mas adita

A gestão terceirizada da saúde em Catanduva continua sendo uma verdadeira novela. Tempos atrás, o governo de Padre Osvaldo de Oliveira Rosa (PSDB) batia os pés quanto à necessidade de realizar nova licitação para o gerenciamento da UPA 24 horas. Nos corredores da Secretaria Municipal de Saúde, então comandada por Cláudia Monteiro, falava-se inclusive em nova licitação para a gestão dos postinhos. Com a entrada do secretário Rodrigo das Neves, que é oriundo da Associação Mahatma Gandhi, os ventos hoje são outros. A Secretaria Municipal de Saúde não licita, mas adita. 

Prorrogado por 12 meses

Os leitores devem se recordar das idas e vindas do certame da UPA, que, depois de várias tentativas de impugnação e contestações, acabou sendo vencido pela Associação Mahatma Gandhi, de Catanduva, mas veio a ser anulado aos 45 minutos do segundo tempo, em uma história que até agora não ficou bem explicada. Ontem à tarde, eis que a prefeitura fez publicar o aditamento por 12 meses do contrato de gestão da UPA com a entidade catanduvense. A prorrogação será válida até 31 de maio de 2023, com reajuste de 19,13% no valor, maior do que a inflação registrada no período. 

Também nos postinhos

O pacote de gentilezas também inclui o aditamento do contrato de gestão das ações de serviços de saúde no município, em vigor desde o dia 1 de junho, com duração até 31 de maio do ano que vem. Nesse caso, está previsto reajuste de 12,1315% no valor global e acréscimo de serviços na ordem de 1,2390%, o que equivale a R$ 354.896,30. 

Quem te viu, quem te vê

Chama a atenção a mudança de tom da administração municipal em relação à Associação Mahatma Gandhi. No ano passado, o governo procurava lançar holofotes sobre todos os problemas de gestão nos serviços de saúde em Catanduva, tratando como uma necessidade premente e inevitável a realização de novos processos licitatórios, que redundariam na troca da gestora. Hoje, porém, ninguém mais comenta nada sobre licitação, troca ou coisa do tipo. Parece que todos os problemas da saúde pública catanduvense estão sanados. Ou, pelo menos, é nisto que algumas pessoas desejam que acreditemos. 

Animal Planet

Depois do rato e da jiboia, foi a vez de uma capivara ser flagrada zanzando pelo Centro de Catanduva. Justamente na rua 13 de Maio, uma das mais movimentadas da cidade, a mesma onde a cobra foi filmada. Para quem não sabe, a capivara, que habita toda a América do Sul a leste da Cordilheira dos Andes, é o maior roedor do mundo, podendo pesar até 50 quilos. No meio político e policial, o animal ficou associado à brasileiríssima expressão “puxar a capivara”, que equivale a levantar os podres praticados por um indivíduo. No caso da capivara em questão, o vídeo circulou ontem à tarde, nas redes sociais de Catanduva. 

Abre e fecha

E por falar em refrões populares e bichos, existe um ditado famoso, segundo o qual “cachorro que tem muitos donos morre de fome”. A expressão cai como uma luva quando analisamos determinadas iniciativas do poder público em Catanduva. Um exemplo prático é a polêmica do acesso no canteiro central da avenida Virgílio Mastrocola. Conforme divulgamos nas redes sociais de O Regional, a passagem, que havia sido fechada de modo a atender aos pedidos de moradores de um condomínio específico, voltou a ser aberta, depois que moradores de outros condomínios da região se queixaram da mudança. Quem mandou fechar? Com qual justificativa? Se era bom, por que resolveram reabrir?  

‘Filho feio não tem pai’

Como “filho feio não tem pai”, a Prefeitura de Catanduva agora opta por se calar diante da situação, um verdadeiro papelão. Fica evidente que não houve qualquer estudo técnico que justificasse a primeira mudança. Ao que tudo indica, o fechamento do acesso surgiu da boa e velha necessidade de se fazer média, desconsiderando-se as consequências concretas que a obra traria. Se existisse alguma articulação e estratégia nesse tipo de intervenção, o bloqueio certamente não teria sido feito. E assim, a prefeitura não teria gasto recursos humanos e financeiros para fechar e abrir o canteiro central da avenida.

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.