PENEIRA FINA – 09.12.22

Veto a projetos sobre mulheres repercute na Câmara

Dias atrás, o jornal O Regional publicou matéria a respeito dos vetos do prefeito Padre Osvaldo de Oliveira Rosa (PSDB) a projetos de vereadores que tratam de questões relacionadas às mulheres. Várias dessas propostas visam prevenir e coibir a violência doméstica. Outros, procuram oferecer meios para que esposas e companheiras possam sair de relacionamentos abusivos. A postura adotada pelo prefeito em relação a essas iniciativas acabou repercutindo na última sessão da Câmara Municipal.

Adin

Além dos vetos, que volta e meia são derrubados em plenário, o prefeito tem apelado às ações diretas de inconstitucionalidade, a fim de derrubar os projetos de iniciativa de vereadores. Uma dessas Adins, como são conhecidas no meio político e jurídico, gerou revolta na vereadora Taise Braz (PT). Padre Osvaldo foi à Justiça para barrar a proposta da parlamentar que prevê a elaboração do Dossiê da Mulher Catanduvense. Taise qualificou como “sorrateira e irresponsável” a atitude do Executivo Municipal.

Dossiê

Basicamente, o Dossiê da Mulher Catanduvense seria um estudo com o objetivo de mensurar a realidade da população feminina no município. A vereadora argumenta que esse tipo de trabalho já vem sendo realizado em diversas outras cidades brasileiras e que poderia ser implementado em Catanduva. No fim das contas, porém, o Executivo acaba por contestar esse tipo de proposta, alegando que cria despesas.

Prioridades

Existe um ditado que diz: “Quem quer, faz. Quem não quer, arranja uma desculpa”. Padre Osvaldo já está encerrando o segundo ano de seu mandato. Se ele de fato considerasse importante ter em mãos um diagnóstico sobre a realidade feminina Catanduva, teria realizado um estudo do tipo assim que assumiu. Não o faz por vários motivos. Vamos supor aqui alguns. Imagine que seja feita uma pesquisa ampla na cidade e ela aponte problemas concretos, que demandam investimento em políticas públicas reais. O prefeito seria obrigado a arregaçar as mangas e tomar atitudes firmes, para além de eventos e reuniões que terminam em selfies e vídeos nas redes sociais. Além disso, dependendo da gravidade das questões encontradas, seria necessário gastar dinheiro na solução delas. Será que esta é a prioridade no momento?

Navegar às cegas

Navegar (ou voar, tanto faz) às cegas é uma expressão que diz respeito a você realizar uma jornada ou projeto sem saber em qual destino pretende chegar e sem contar com os instrumentos para se orientar durante a viagem. Podemos perguntar: como alguém elabora uma política pública em uma cidade de mais de 120 mil habitantes, sem ter informações precisas sobre a realidade em que vai agir? A gestão moderna não tem espaço para métodos de tentativa e erro. Os custos da ausência de dados reais são muito caros.

Plano de saúde dos servidores

O Instituto de Previdência dos Municipiários de Catanduva (IPMC) lançou ontem o edital da licitação para a contratação da empresa que ficará responsável pelo plano de saúde dos servidores municipais. A direção do órgão, ao que tudo indica, deseja resolver com agilidade essa questão. O prazo final para entrega e abertura de propostas será no próximo dia 21, às 14h. Ao todo, são 7.791 segurados do plano (entre servidores da ativa, aposentados, pensionistas e dependentes). Em tempos recente, essa contratação tem trazido muita dor de cabeça ao IPMC e à prefeitura.

Fura teto

A chamada PEC do Fura Teto, que permitirá ao novo governo federal eleito ultrapassar os limites de gastos estabelecidos na Constituição - com a justificativa de que isso garantirá dinheiro para pagar os R$ 600 do Bolsa Família (futuro ex-Auxílio Brasil) - foi aprovada pelo Senado Federal, com folga. O texto, que é criticado por vários economistas e pelo mercado financeiro, ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados, antes de entrar em vigor. Pelo andar da carruagem, deverá passar, sem sobressaltos.

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.