Vereador faz denúncias graves contra a terceirizada do Meio Ambiente

Apesar da pauta relativamente morna, a primeira sessão ordinária do ano da Câmara Municipal de Catanduva, realizada anteontem, teve alguns momentos de maior adrenalina. Um dos pontos mais quentes ocorreu durante as explicações pessoais, quando o vereador Cesar Patrick (Republicanos) subiu à tribuna para denunciar supostas irregularidades envolvendo a Planergi, de Olímpia, que presta serviços terceirizados na área de zeladoria à Secretaria  Municipal de Meio Ambiente. As acusações são graves e, se confirmadas, poderão dar muito pano para manga. 

Laudos

A principal denúncia feita por Cesar Patrick diz respeito a laudos emitidos pela empresa, a fim de comprovar a realização dos  serviços. “Para quem não sabe, o contrato é bem claro e diz que a contratada deverá apresentar laudo fotográfico dos serviços  executados, contendo imagens datadas, do  antes, durante e depois dos serviços realizados. Só que, pelas informações   recebidas, existem pessoas assinando e fraudando os laudos”,  afirmou o vereador, em seu discurso. 

Não para por aí

As supostas irregularidades denunciadas pelo vereador não param por aí. De acordo com as informações recebidas por ele, o  município estaria emprestando veículos à empresa terceirizada, o que seria proibido pelo contrato em vigor. “Se essas informações forem reais, eu encaminharei ao Ministério Público para que sejam tomadas as devidas providências”, afirmou Patrick. 

Disque Denúncia 

As denúncias trazidas por Patrick não foram o único momento de maior adrenalina na sessão de anteontem. Um dos itens da pauta era a discussão do veto do prefeito Padre Osvaldo de Oliveira Rosa (PSDB) ao projeto de lei de Taise Braz (PT), aprovado por unanimidade no ano passado e que prevê a criação do serviço de Disque Denúncia no município, visando combater a   violência sobre a mulher. No momento da análise do veto, estava mais que claro que todos no plenário votariam pela derrubada. Ainda assim, a autora da proposta fez questão de ir à tribuna debater. Sobraram farpas para o chefe do Executivo. 

Perseguição?

Ao comentar sobre o veto, Taise fez uma observação que já tivemos a oportunidade de comentar aqui na coluna: a de que  Padre Osvaldo aparenta não dar muita importância a projetos que tratam da  defesa das mulheres. A parlamentar lembrou  que, até o presente momento, ele vetou seis propostas que tratam dessa temática. A maioria é de autoria dela. Em  determinado ponto de seu discurso, a vereadora chegou a questionar se a atitude do prefeito não teria alguma motivação  pessoal. Nesse ponto, ela foi apoiada por Maurício Gouvea (PSDB).

Prioridade

Ainda debatendo o veto a seu projeto, Taise fez um questionamento que já tivemos a oportunidade de publicar algumas vezes neste espaço, que é a questão das prioridades. Ora, o Disque Denúncia foi  barrado pelo prefeito sob o argumento de que teria vício de iniciativa  –  ou  seja, só poderia ter sido apresentado pelo Executivo. Na visão da parlamentar, as justificativas para os vetos de Padre Osvaldo funcionariam na base do “copia e cola”. Além disso, ela ponderou sobre as prioridades do governo  municipal: se o prefeito é favor de combater a violência contra a mulher, por que ele próprio não apresenta os projetos que  teriam vício de iniciativa? 

Creche para idosos

Conhecido por seu apoio incondicional ao governo de Padre Osvaldo, Nelson Tozo (PDT), surpreendeu ao utilizar a tribuna.  Inicialmente, ele parabenizou fortemente o sacerdote. Mas, em seguida, passou a cobrá-lo com certa veemência, ao   comentar sobre a falta de vagas em instituições dedicadas ao acolhimento de idosos no município. Na avaliação do vereador, a  prefeitura deveria investir na criação de creches voltadas a pessoas de mais idade e que demandam cuidados permanentes por parte dos familiares. O atendimento seria  durante o dia, permitindo que filhos e netos pudessem trabalhar e realizar seus afazeres diários, enquanto os idosos receberiam o devido amparo com profissionais qualificados e em locais adequados.