PENEIRA FINA – 07/09/2022

Briga de cachorro grande

A megalicitação -ou será privatização? - da iluminação pública começa a caminhar para a reta final. Cinco empresas participavam da concorrência, que entregará o controle desse serviço a uma empresa privada durante décadas, em troca de dezenas de milhões de reais. Porém, quatro acabaram sendo eliminadas, após a análise documental.  

VAR não perdoa

Quem acompanha o mundo das licitações sabe que a fase da análise de documentos costuma ser mais cruel do que o VAR em jogo do Flamengo. Isto é claro, dependendo de quem está sob análise. Não importa a empresa ter a melhor proposta. Na fase de análise documental, se você tiver de rodar, não há nada capaz de salvá-lo.  

Que fique bem claro

Não estamos colocando em dúvida a lisura do processo de análise documental em licitações. Aliás, é fundamental que as comissões que estão à frente desse importante trabalho sejam rigorosas e criteriosas na cobrança de todos os itens do edital.  

Por outro lado

Chega a ser engraçado o fato de que empresas gigantes, que estão acostumadas a participar de grandes licitações ao redor do país, cometam descuidos tão pueris, como os observados na concorrência da iluminação pública. A situação fica mais inexplicável quando nos lembramos que esses concorrentes contam com assessorias jurídicas qualificadas, que deveriam estar atentas à observância do edital.  

Uma empresa, dois consórcios

Um detalhe curioso da concorrência da iluminação pública é que uma mesma empresa, a Comerc Participações S/A, fazia parte de dois diferentes consórcios eliminados da licitação. O mais interessante ainda é que os motivos que eliminaram um dos consórcios (documentos sobre a constituição e a liquidez geral da Comerc) não foram mencionados na exclusão do outro conglomerado. Fica a dúvida: será que, em uma das propostas, a Comerc apresentou essa documentação toda dentro dos conformes? Ou os membros da comissão preferiram se atentar a problemas mais gritantes nessa proposta?  

Por que consórcios?

A população em geral não está habituada a esses termos. Consórcio pode parecer algo relacionado à compra de carros, motos ou casas. Neste caso da concorrência da iluminação, porém, estamos falando de empresas que formam uma sociedade formada para uma finalidade específica. A união das empresas que formam tais consórcios só será válida para administrar a iluminação pública, durante o período em que o contrato estiver em vigor. Fora dessa relação bem delimitada, a companhia A não tem qualquer relação com o que acontece com a B - em tese, claro. É evidente que, se uma delas vier a falir, isso certamente afetará o consórcio de alguma forma.  

Negócios gigantes

Consórcios de empresas são muito comuns em processos de privatização, que envolvem somas vultuosas de dinheiro. No caso da iluminação pública de Catanduva, quem ganhar a concorrência terá, pelo menos em tese, de realizar obras e intervenções em diferentes áreas. Por isso vemos a união de empreiteiras e companhias que mexem com eletrônica e engenharia elétrica.  

Santinhos chegaram

Nesta semana, os catanduvenses estão tendo a honra de receber em suas residências os santinhos dos candidatos a deputado, residente no município. Fábio Manzano (MDB), que tenta se eleger para a Câmara Federal, fez todos os seus materiais na dobrada com Itamar Borges, que busca a reeleição na Alesp. A dupla aproveita para pedir voto para Simone Tebet, que está em quarto lugar nas pesquisas de intenção de voto para presidente de República.  

Sem majoritário

Estratégia distinta é adotada pelo ex-deputado federal Sinval Malheiros (Patriota). O santinho dele não tem nenhum candidato a presidente, governador, senador ou deputado estadual. Os espaços são deixados em branco, para que o eleitor preencha. O partido dele quase chegou a abrigar Jair Bolsonaro (PL), mas acabou nem entrando na coligação.

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.