PENEIRA FINA – 07.03.23

Dia Internacional da Mulher vem repleto de eventos

Em nossa última edição, divulgamos aqui neste espaço sobre o evento que será realizado na Câmara Municipal de Catanduva, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, na próxima quarta (8), a partir das 17h30. Mas as atividades alusivas a essa data não ficarão restritas à política. No esporte, Catanduva será protagonista de um momento para lá de importante, que ocorrerá nesta semana. O Bax enfrentará o Sesi Araraquara, na quarta-feira, a partir das 19h30. O jogo marcará a abertura da temporada 2023 da Liga de Basquete Feminino (LBF), principal competição dessa modalidade esportiva, que já rendeu até medalha olímpica e panamericana ao Brasil. Para quem tenhamos um mundo com mais igualdade, é fundamental que as mulheres se destaquem em todos os setores da sociedade. Nesse sentido, a organização da competição foi muito feliz na escolha da data da partida de estreia.

Avançamos

Se analisarmos os movimentos ocorridos recentemente em nível local e regional, podemos dizer que, apesar dos pesares, a política avançou em termos da construção da igualdade. Se, nas eleições municipais de 2012 e 2016, por exemplo, Catanduva não elegeu uma vereadora sequer, no ano passado tivemos duas eleitas, sendo que uma foi a mais votada. O mesmo se pode dizer das assembleias e da Câmara Federal. Em 2018, por exemplo, a região ficou sem nenhuma representante feminina. O Interior de SP, aliás, teve poucas mulheres eleitas naquela ocasião. Já neste ano, houve um aumento considerável na quantidade de deputadas. Inclusive com o retorno de Beth Sahão (PT) ao mandato.

Caminho é longo

Atualmente, vigoram sistemas de cotas eleitorais, que tentam ampliar a participação feminina. Basicamente, os partidos são obrigados a apresentar um mínimo de 30% de candidaturas de determinado gênero nas eleições proporcionais. Poderiam ser, por exemplo, 70% de candidatas mulheres e 30% de homens. Na prática, porém, a falta de opções femininas competitivas (ou mesmo de filiadas nos quadros das legendas) acaba limitando a situação. No fim das contas, a proporção acaba ficando em 70% de candidatos e 30% de candidatas. E não é raro que os partidos acabem apelando para estratagemas para burlar a lei, como lançar pseudocandidatas, que só servem para preencher cota, mas que não conseguem nem mesmo o próprio voto nas urnas.

Punição

Nos últimos tempos, a Justiça Eleitoral tem feito marcação cerrada em relação a tentativas dos partidos e coligações de burlar a lei das cotas de gênero. Em Itajobi, por exemplo, uma chapa inteira foi cassada no ano passado, por conta do uso de “laranjas” para cumprir a regra de candidaturas femininas. Esse tipo de punição tende a servir de exemplo para que as legendas comecem a investir mais no trabalho de base, visando atrair mulheres que de fato desejam disputar eleições e fazer a diferença na vida pública.

Acompanhantes para pacientes

O vereador Marquinhos Ferreira (PT) protocolou ontem projeto de lei que visa garantir às mulheres o direito a acompanhantes durante atendimentos de saúde (exames, consultas, etc.) que demandarem sedação ou exposição total ou parcial do corpo. A proposta, de acordo com o presidente da Câmara, é garantir a proteção às mulheres contra eventuais abusos ou assédio, em um momento em que as pacientes encontram-se vulneráveis. No ano passado, o caso envolvendo um obstetra que foi filmado abusando de uma paciente que estava anestesiada para passar por trabalho de parto chocou a opinião pública.

Autonomia

Por outro lado, o vereador salienta que o objetivo da proposta não é intervir na autonomia médica, mas apenas assegurar mais tranquilidade às pacientes, quando tiverem de se submeter a procedimentos invasivos. O texto prevê a fixação de cartazes em locais visíveis nos consultórios, clínicas, laboratórios e hospitais, avisando as pacientes de que elas terão direito a acompanhantes durante os procedimentos médicos.

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.