PENEIRA FINA – 06.01.23
Político da região de Catanduva deverá assumir a CDHU no governo Tarcísio
Dias atrás, comentávamos neste espaço sobre o fato de, até o presente momento, o novo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), estar priorizando nomes ligados a seu partido, ao bolsonarismo e ao ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, cacique maior do PSD, na montagem de sua equipe. Mas isso deve mudar em breve. Daqui a duas semanas, um nome ligado ao atual ex-governador Rodrigo Garcia (que está no PSDB, mas construiu toda sua carreira no PFL/DEM, hoje União Brasil) deverá assumir o comando da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo, a CDHU. Essa pessoa, aliás, é da região de Catanduva.
O escolhido
Segundo a coluna apurou, Tarcísio deverá nomear para o cargo ninguém menos do que o ex-prefeito de Santa Adélia Marcelo Hercolin (União Brasil). Ele já havia ocupado um posto de direção na CDHU nos últimos anos, isto antes de se lançar candidato a deputado federal, não tendo sido eleito. Dessa forma, Hercolin e também Rodrigo Garcia e o ex-prefeito de Olímpia Geninho Zuliani seguirão com um importante espaço de articulação política para os próximos anos.
Mudança de rota
A escolha de Hercolin para o cargo, em se confirmando, será um alento e tanto não apenas para o grupo do qual ele faz parte, como para o próprio ex-prefeito de Santa Adélia. No ano passado, aos 45 minutos do segundo tempo, ele foi obrigado a mudar por completo sua rota política, por conta de interesses maiores. Inicialmente, estava previsto que ele seria candidato a deputado estadual, fazendo dobrada preferencial com Geninho Zuliani, que buscava a reeleição para a Câmara Federal. Às vésperas da convenção tucana, porém, ficou decidido que o ex-prefeito de Olímpia seria vice de Rodrigo Garcia e Hercolin teria de encarar a candidatura a federal. Quem acompanha de perto da política sabe que esse tipo de mudança não é tão simples de ser operada, ainda mais porque a votação necessária para a Câmara é bem mais alta do que para a Assembleia Legislativa e demanda sua série de alianças, que tiveram de ser construídas de última hora.
Cenário nebuloso
A polarização política deixou um cenário fragmentado para o novo governador. Enquanto seus antecessores tinham condição de tratorar a oposição, graças às fartas maiorias de que dispunham na Alesp, Tarcísio terá de ser preciso na montagem das alianças que lhe darão sustentação. Seu partido, o Republicanos, elegeu apenas 8 deputados. A maior bancada é a do PL, que integra a base aliada e tem 19 cadeiras na Casa. O problema, para ele, é que em seguida vem o PT, com 18. Somando-se uma parlamentar do PC do B e seis do Psol/Rede, temos 25 cadeiras da oposição, contra 31 dos dois maiores partidos da base (essa conta inclui os quatro parlamentares do PSD de Kassab). Mas a Assembleia Legislativa tem 94 deputados. Para aprovar algo com maioria simples, o governo precisará de 48 votos. Onde poderá buscá-los?
Centro
Dos partidos mais relevantes, quatro podem fazer a diferença para a alegria ou tristeza do novo governador: PSDB, União Brasil, MDB e Podemos. Juntos (com alguns agregados, como o Cidadania), eles somam 28 votos na Alesp. E, até o momento, essas legendas citadas acima ainda não foram contempladas com cargos relevantes no governo. A depender do andar da carruagem, poderemos descobrir para que lado a banda desses partidos tocará, já na eleição da mesa diretora da Assembleia.
Alckmin
A deputada estadual eleita Beth Sahão (PT) realizou mais uma agenda em Brasília, nesta semana. Anteontem, ela acompanhou a posse do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, como ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
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