PENEIRA FINA – 05/10/2022

Ainda Alckmin

Continua a repercutir com força o vídeo indiscreto em que Padre Osvaldo (PSDB) abençoa o vice de Lula (PT), Geraldo Alckmin, e o cumprimenta pelo resultado do primeiro turno da eleição. Nos bastidores, circulou forte a informação extraoficial de que o sacerdote, acompanhado de outros prefeitos do estado, teria se reunido com Alckmin, cerca de 15 dias antes do primeiro turno. A informação vazou e causou revolta na cúpula do governo de Rodrigo Garcia (PSDB). A tendência é que os municípios dessas lideranças sejam riscados do mapa e não recebam mais nenhum repasse, até o dia 31 de dezembro.  

Não esclareceu

Embora o prefeito já tenha postado uma explicação, dizendo que a mensagem não tem conotação política, vale lembrar que, além de sacerdote, Osvaldo também se tornou um político profissional. Ele ocupa um cargo público de destaque na cidade, sem contar que vive utilizando as redes para tentar estabelecer comunicação direta com o eleitorado. Logo, qualquer ato que ele faça terá impacto político, independentemente de suas intenções.  

Posicionar-se é necessário

Estamos em meio a um processo eleitoral marcado pela forte polarização política. Com o resultado de domingo, o prefeito perdeu sua principal interlocução estadual. A neutralidade pode ser um caminho para ele tentar se manter bem com os dois lados, independentemente do resultado da eleição em São Paulo e no país. Não apoiar ninguém é uma opção que ele tem. Mas um prefeito não tem o direito de não se posicionar. A resposta dele ao vídeo indiscreto não deixa claro se irá ou não apoiar algum candidato no segundo turno. Se vai, seria bom avisar as pessoas e arregaçar as mangas. Se não vai, o melhor seria deixar claro e explicar suas razões. Ficar em cima do muro, numa postura ambígua, pode custar mais caro do que dizer não aos dois lados.  

Interlocutores

Sempre bom lembrar que os dois lados que estão na disputa pela presidência e o governo estadual já contam com grupos que os apoiam na cidade. E essas lideranças, aliás, são adversárias de Padre Osvaldo. Ninguém aqui está insinuando que esses políticos irão trabalhar contra o governo municipal. Porém, a partir de agora, o padre terá de passar por um pedágio para chegar até as esferas de poder do estado e do país.  

Rodrigo Garcia

Apenas para constar, Rodrigo declarou apoio incondicional a Bolsonaro e Tarcísio de Freitas no segundo turno. Mesmo que esse apoio não fosse oficializado, a tendência natural seria de que a maior parte do eleitorado do tucano acabasse migrando espontaneamente para a direita, por rejeição ao PT. Por outro lado, é de se duvidar que o PSDB consiga manter espaços de poder em um eventual governo de Tarcísio. 

Carlão

Apesar da debacle geral do PSDB nesta eleição, Carlão Pignatari pôde comemorar. Entre os tucanos que se reelegeram neste ano, ele foi o que teve o melhor desempenho na região, especialmente em Catanduva. A campanha do presidente da Alesp foi coordenada pelo ex-vereador Julinho Ramos, secretário geral de Administração do legislativo paulista. 

Uma esperança

Mesmo não tendo se elegido no domingo, o Comandante Robinson (PDT) acabou ficando na segunda suplência do partido. A situação abre brecha para que ele possa sonhar com uma chance de assumir o mandato na Alesp, daqui a dois anos. Isto porque o primeiro colocado Márcio Nakashima, que se reelegeu deputado estadual, é cotado para disputar a Prefeitura de Guarulhos, com possibilidade de vir a ser eleito. O mesmo vale para o deputado Cezar, que terminou na segunda suplência, mas que pode também vir a se candidatar em Santana de Parnaíba, onde já foi prefeito e figurou como candidato a estadual mais votado nesta eleição.   

Cacciari

E falando em desempenho local, destaque para os 3.398 votos conquistados por Beto Cacciari (PL) em Urupês, marcando 45% dos votos válidos. Muita gente já vê o médico como um nome forte para a disputa municipal na cidade da região, daqui a dois anos. Quem viver verá!

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.