PENEIRA FINA – 04/09/2022

Recursos para campanhas

Entra eleição, sai eleição, e a coisa não muda. Sempre teremos o eterno retorno das discussões em torno do financiamento de campanhas. O ponto que levanta maior polêmica é o fundo eleitoral destinado aos candidatos. Os críticos desse repasse argumentam que o dinheiro público deveria ser utilizado para outras finalidades como educação, saúde e geração de emprego. Já os defensores afirmam que a democracia tem seus custos e que os recursos públicos garantem maior igualdade de condições entre os candidatos, evitando que algum endinheirado se sobreponha aos adversários.  

Cenário ideal

Se os candidatos utilizassem integralmente suas verbas de campanha nas campanhas, os fundos eleitorais não representariam um dinheiro perdido para a sociedade. Isto porque, por exemplo, se um político pegar os R$ 300 mil que recebeu do partido e investir na contratação regularizada de pessoal, serviços e produtos, no fim das contas terá ajudado a gerar empregos temporários e fazer a roda da economia girar. A grande questão é: será que todos os candidatos aplicam em campanha os recursos que arrecadam?  

Peso enorme

Reportagem publicada na edição de hoje de O Regional mostra que os recursos públicos destinados pelos partidos respondem por mais de 80% do total arrecadado até o momento pelos candidatos catanduvenses. Em alguns casos, como os de João César (PL) e Sinval Malheiros (Patriota), o dinheiro liberado pelas legendas responde por 100% da quantia que eles dispõem para suas campanhas.  

Saldão de terrenos

Na próxima terça, retornará à Câmara Municipal de Catanduva o projeto da alienação dos imóveis públicos, mais conhecido como “deu a louca no gerente”. A proposta, se aprovada, vai legalizar um supersaldão de terrenos e prédios da prefeitura, que poderão ser arrematados em 2022 a um preço muito menor do que o apontado na avaliação feita pela prefeitura em 2020, em plena pandemia.  

Dobrada branca

Esse é o nome que se dá quando o candidato de determinado partido faz campanha conjunta com o de outra legenda. É o caso, por exemplo, da dobrada firmada entre Sinval Malheiros e o candidato a estadual pelo PSDB Maciel da Rocha. A dupla estava anunciando a realização de uma carreata em Catiguá. O tucano busca surfar na popularidade do médico na microrregião.  

A propósito...

Depois dessa, como fica a parceria entre Sinval e Márcio da Farmácia? Para quem não se lembra, no ano passado, quando ainda estava filiado ao Podemos, o médico trouxe a Catanduva o deputado estadual, que anunciou inúmeras emendas. Os dois chegaram a montar um escritório político no Centro, que permaneceu aberto até algumas semanas atrás. Parecia que Márcio seria a dobrada preferencial de Sinval. Será que continua sendo?  

Assediado

Apesar da queda vertiginosa em sua votação, ocorrida na última eleição, Sinval continua a ser assediado por políticos de diferentes partidos. Ao longo do ano passado, por exemplo, o PSDB tentou de todas as formas filiar Sinval, para que ele disputasse uma vaga na Alesp. O médico acabou recusando a proposta, pois seus planos são de retornar ao Congresso Nacional – e no PSDB ele precisaria de uma votação muito maior do que as que costuma obter.  

 

Se bem que

Sinval acabou trocando o Podemos pelo Patriota, mas muitos questionam se essa terá sido a melhor escolha. Atualmente, o partido não conta com nenhum deputado por São Paulo. O Patriota também não tem candidato próprio ao governo ou à presidência, razão pela qual não poderá contar com o voto de legenda.  

Sem puxador de votos

A chapa de candidatos a federal do Patriota não possui nenhum nome de projeção nacional ou estadual, capaz de atuar como puxador de votos. A maioria dos integrantes tem atuação regional ou restrita às suas respectivas cidades. Esse cenário pode ser favorável ao médico, na medida em que ele já foi deputado e possui bases consolidadas para além de Catanduva – na última eleição, foi bem votado nas regiões da Alta Paulista e Avaré. Ao mesmo tempo, se as votações dos demais candidatos da legenda não forem expressivas, o partido corre o risco de não eleger ninguém. Quem viver verá.

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.