PENEIRA FINA – 04.03.23

Vigilância Sanitária faz apreensão de cigarros eletrônicos em Catanduva

A importação e a comercialização dos chamados cigarros eletrônicos é proibida no Brasil, por conta do alto potencial que esses produtos têm de criar dependência em seus usuários, especialmente adolescentes. Esse fato, porém, não impede que a coisa seja vendida e usada em todos os cantos deste país. De quando em quando, as autoridades constituídas resolvem fazer cumprir a lei à risca. E foi assim que um estabelecimento localizado na rua Brasil, no Centro, teve inúmeras mercadorias apreendidas pela Vigilância Sanitária de Catanduva. Não apenas aparelhos e acessórios, mas também essências com aromas variados - tinha até de catuaba. A lista completa de produtos recolhidos pela Vigilância Sanitária ocupou nada menos que 24 páginas do Diário Oficial do Município.  

Destino dos produtos

De acordo com o comunicado publicado no Diário Oficial, a inspeção, feita em parceria com a Vigilância Estadual, constatou a exposição para a venda de cigarros eletrônicos, acessórios e refis. Atualmente, a Anvisa proíbe até mesmo a publicidade em torno desse tipo de material. Ao todo, foram recolhidos 1.591 produtos, que deverão ser inutilizados. 

Riscos

A implicância das autoridades de saúde com o produto tem sua razão de ser. Enquanto o cigarro tradicional contém 1 mg de nicotina por unidade, o eletrônico chega a apresentar 57 mg por ml de essência utilizada no aparelho. Ou seja, numa tacada é como se a pessoa fumasse 57 cigarros de uma vez. Não é preciso ser um gênio para imaginar o estrago que isso pode fazer no organismo, depois de alguns anos de uso. Especialistas alertam que, além da questão da nicotina, as essências possuem aditivos que podem lesionar as vias aéreas e até mesmo o coração. 

E a tal liberdade? 

Em geral, quando as pessoas são usuárias inveteradas de substâncias que ocasionam danos ao organismo, elas costumam apelar para o célebre argumento da liberdade individual. Na medida em que são adultas, podem decidir o que é melhor para seus próprios corpos. Vamos ignorar que, na maioria das vezes, a dependência nesse tipo de produto costuma surgir na adolescência, com garotos e garotas tentando se afirmar diante da sociedade e dos colegas, sem ponderarem sobre as consequências futuras que suas escolhas poderão ocasionar. As pessoas são de fato livres para fazerem escolhas. Em contrapartida, deveriam ser livres também para arcar com a consequência de seus atos. Se um indivíduo livre, mesmo sabendo dos riscos cientificamente comprovados que um produto pode ocasionar, insiste em usá-lo, não está assumindo a responsabilidade diante da situação? Não deveria, então, arcar sozinho com os custos futuros dessa escolha? Tudo bem que a dependência química não funciona dessa forma consciente. Por outro lado, o uso desse tipo de produto tende a produzir, em médio prazo, uma conta para lá de pesada para a sociedade inteira pagar, na forma de custeio de tratamentos médicos.  

Preparem os bolsos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), tanto fez que conseguiu acabar com desoneração dos combustíveis, feita no ano passado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Desde antes de assumir o cargo, em dezembro, Haddad já estava com a ideia fixa de aumentar os impostos nessa área. Ele enfim logrou êxito em sua empreitada. A gasolina foi tributada em R$ 0,47 e o álcool, em R$ 0,02. Pode parecer pouco, mas na prática isso pesará de maneira considerável no bolso dos trabalhadores, que dependem de combustível para ganhar a vida. Sobretudo porque o valor repassado na bomba sempre costuma ser maior. A decisão de Haddad, sacramentada por seu padrinho Lula, tende a reforçar a pressão inflacionária, que ainda não deu trégua no Brasil. Enfim, como dissemos acima, a vida é feita de escolhas. Cada governo tem o Paulo Guedes que merece.

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.