PENEIRA FINA – 04.01.23

Será o canto dos cisnes ou uma nova chance para o Dr. Sinval político?

 

Uma notícia que ninguém esperava e que pegou todo mundo de surpresa. Ontem à tarde, o médico Sinval Malheiros teve a chance de reviver seus dias de glória na política, assumindo a cadeira de deputado federal na vaga herdada por Roberto de Lucena (Republicanos), que passou a ocupar a pasta do Turismo no governo estadual, a convite do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O mandato-tampão de Sinval terá um mês de duração, já que a posse dos novos parlamentares eleitos em 2022 será no início de fevereiro. O médico está filiado ao Patriotas, que não fez nenhuma cadeira na Câmara Federal por São Paulo – e, mesmo que tivesse feito, sua votação individual foi muito baixa na última eleição, com pouco mais de 20 mil votos. Será este o canto dos cisnes do Sinval político? Ou o futuro reserva novas surpresas felizes a ele? Quem viver verá!

Origem da expressão

Na antiguidade, existiu uma crença de que os cisnes-brancos seriam mudos durante grande parte da vida, mas, ao se aproximarem da morte, adquiririam o dom de cantar. Foi assim que se difundiu a ideia equivocada de que cisnes só cantam quando estão para morrer. Essa lenda foi desmentida há milhares de anos, por grandes pensadores gregos. Mas, talvez por ter seu lado poético, ela acabou persistindo na forma de metáfora, pelos séculos afora, indicando algo grandioso que alguém faz pela última vez na vida. 

Ironias do destino

No ano retrasado, Roberto de Lucena chegou a ser a grande esperança de Sinval retornar ao Congresso Nacional. Na época, havia a expectativa de que o parlamentar, que estava no Podemos (mesmo partido do médico catanduvense), fosse ser convidado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para assumir o Ministério do Turismo. A informação chegou a ser cogitada na imprensa e seria parte de uma possível reforma ministerial, que acabou nunca saindo do papel. No fim das contas, o sanfoneiro e empresário Gilson Machado, que tinha muita proximidade com Bolsonaro, foi mantido no cargo e Sinval não teve a chance de assumir o mandato.

Trama complexa

Os caminhos partidários das lideranças políticas brasileiras são, por vezes, tortuosos. Pode parecer surpreendente que, em janeiro de 2023, Sinval Malheiros, do Patriotas, assuma a cadeira de deputado na vaga de Roberto de Lucena, do Republicanos, ainda mais considerando-se que as duas legendas não estavam federadas. A sucessão se dá, porém, pelo fato de ambos terem sido filiados ao Podemos em 2018 e deixado a sigla na janela de desincompatibilização. Nesse caso, mesmo trocando de legenda, o suplente mantém a vaga. 

O que esperar? 

Conforme dissemos acima, Sinval terá pouco tempo no mandato. Mas espera-se que ele tenha tempo de ao menos obter algum recurso para Catanduva, sobretudo porque, nos últimos anos, a cidade careceu de representatividade nas esferas estadual e federal. E, quem sabe, essa curta passagem possa despertar a atenção dos dirigentes nacionais dos partidos, que têm optado por jogar suas fichas em figuras conhecidas nacionalmente e relegado as lideranças nacionais ao segundo plano. 

Posse do ministro

Enquanto não toma posse para o mandato de deputada estadual, Beth Sahão (PT) tem procurado reforçar os laços com os principais nomes de seu partido, especialmente aqueles que ocuparão cargos importantes no governo Lula. Ela esteve na posse dos ministros e aproveitou para ser clicada ao lado do ex-prefeito de São Bernardo do Campo Luiz Marinho, que ficará à frente da pasta do Trabalho, que havia sido extinta na gestão de Bolsonaro, mas foi recriada pelo petista. Entre as propostas apresentadas por Marinho, que é ex-dirigente sindical, está a valorização permanente do salário mínimo e a revisão da reforma trabalhista. Duas medidas que causam grande preocupação junto aos mercados e ao empresariado. Vejamos como isto irá se encaminhar.

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.