Balde de água fria

Era para ser mais um passeio do Brasil em campo, pela Copa do Mundo 2022. O temporal de ontem à tarde, aliado à decisão do técnico Tite de poupar o elenco titular diante de Camarões, acabou azedando a celebração da torcida verde e amarela. Em Catanduva a prefeitura montou uma estrutura com telão e palco diante do ginásio do Conjunto Esportivo, para um evento em parceria com os alunos do curso de medicina da Fameca. Ao longo do dia, o que se via nas redes era muita animação das partes envolvidas na iniciativa. A tempestade e a derrota da seleção talvez tenham afetado um pouco os planos. Até o fechamento desta edição, ninguém mais tinha compartilhado nas redes nenhuma imagem do referido evento.

Escolhas

A vida é feita de escolhas. Algumas podem dar certo, outras nem tanto. Equívoco, por exemplo, foi Tite substituir Rodrygo, principal homem ofensivo do Brasil, por Éverton Ribeiro, que ficou perdido em campo. Por falar em opções, o local escolhido pela prefeitura para instalar o palco e as cadeiras do evento da Copa do Mundo foi justamente a área em frente ao estacionamento do Ginásio Anuar Pachá, local que costuma ficar alagado, sempre que chove com mais intensidade em Catanduva.

A caráter

Meses atrás, uma cena dessas seria improvável. Ontem, porém, a petista Beth Sahão e seu irmão Félix, ex-prefeito de Catanduva, posaram para fotos trajando camisas da seleção brasileira, antes da derrota do Brasil para Camarões. Durante a eleição (e algumas semanas depois de definido o resultado, também), a vestimenta estava fortemente identificada com os eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL), adversário do PT. Antes da Copa, era praticamente impossível ver militantes de esquerda trajando a camisa da seleção, especialmente a amarela. Com o início do Mundial, aparentemente as resistências vão caindo.

Curiosidade 1

O uso da camisa da seleção brasileira como contraposição ao PT (que adota a cor vermelha, típica dos partidos de esquerda) antecede a ascensão de Bolsonaro na política brasileira. Na eleição de 2014, quando Aécio Neves (PSDB) disputou a presidência, sua campanha conclamou os eleitores a irem às urnas trajando as cores verde e amarela. Muitos deles acabaram optando por usar a camisa da seleção brasileira. Nos protestos pelo impeachment de Dilma, o uso do uniforme do Brasil era recorrente. Antes disso, nos anos 80, em contrapartida, a camisa canarinho foi a vestimenta predominante nas grandes manifestações das Diretas Já, contrárias à ditadura militar.

Curiosidade 2

O uniforme da seleção nem sempre foi verde e amarelo. De 1914 a 1952, a camisa de nossa seleção foi branca. Foi a derrota para o Uruguai em casa, na Copa de 1950, que motivou a troca, porque o antigo fardamento acabou ficando associado à ideia de azar. Com a conquista da Copa de 1958, quando o time usou amarelo e verde na maioria das partidas, a combinação de cores caiu no gosto da torcida e virou símbolo nacional.

Voltando ao presente

Com a classificação do Brasil para disputar as oitavas de final diante da Coreia do Sul, teremos mais um jogo às 16h, desta vez na segunda-feira (5). Significa que, mantidas as regras atualmente em vigor em Catanduva, as repartições públicas municipais funcionarão das 7h às 13h. Resta saber até quando a seleção proporcionará esses horários diferenciados. A Copa do Mundo terminará em 18 de dezembro. Será que o Brasil chega até lá?

Instituição financeira

Com relação ao edital que foi suspenso, anteontem pela Prefeitura de Catanduva, da licitação para contratação da instituição financeira para execução de serviços bancários de arrecadação de tributos e demais receitas municipais, faltou informar que esse contrato poderia chegar a R$ 925 mil. Não há previsão de quando esse processo será reaberto em Catanduva - se é que será, já que sempre existe a possibilidade de rolar um aditamento ou coisa do tipo.