PENEIRA FINA – 03/06/2022
Pátio da Cindre: um negócio milionário
Na edição de ontem da Peneira Fina, divulgamos a notícia de que a Prefeitura de Catanduva enviou projeto de lei para a Câmara Municipal, visando autorizar o leilão da área que abriga o polêmico Pátio de Serviços da antiga Cindre, no Jardim Amêndola. O que não havíamos informado é o valor do negócio. O terreno de quase 8 mil metros quadrados está avaliado em R$ 3.997.280,00. Esse é o lance mínimo para quem deseja arrematar o imóvel.
Área anexa
Além do Pátio da Cindre, deve ir a leilão um espaço anexo, cuja área totaliza 682 metros quadrados. No caso desse imóvel, o valor de avaliação é de R$ 341 mil. Uma bagatela, já que, vasculhando em sites de imobiliárias de Catanduva, é possível encontrar terrenos no bairro cujo metro quadrado está mais caro do que as referidas áreas públicas.
Pechincha
Em uma das buscas, localizamos um terreno de 330 metros quadrados, no Jardim Amêndola, sendo anunciado por R$ 250 mil, o que equivale a R$ 757,57 por metro quadrado. Já no caso das áreas da Cindre, o valor de avaliação é de R$ 500,00 por metro quadrado.
Negócio da China
Considerando-se a localização das áreas - próximas a dois importantes hospitais de referência, escolas particulares, grandes redes de supermercado e atacado, sem contar clínicas médicas e uma extensa rede de comércio, prestadores de serviço e lazer - a compra do Pátio da Cindre pode se converter em um verdadeiro “negócio da China” para quem arrematar os imóveis públicos. Para tanto, basta imaginar quanto não faturaria, por exemplo, uma empreiteira que resolvesse arrematar os terrenos para construir um condomínio vertical, desses que se tornaram febre em todo o país...
E os impactos de vizinhança?
O projeto que autoriza os leilões sequer foi discutido pelos vereadores, mas fica, desde já, uma reflexão. Os moradores do bairro, que há anos clamam pela retirada do pátio daquele local, sempre sonharam com a instalação de um equipamento público voltado ao lazer. No caso da venda da área, a pessoa ou empresa que vier a arrematar os imóveis vai visar, acima de tudo, seu retorno financeiro. Dependendo dos planos do comprador, a situação pode se converter em pesadelo para a vizinhança. Imagine, por exemplo, que o espaço venha a abrigar um condomínio com centenas de apartamentos. Aquela região está preparada para receber o incremento absurdo no número de moradores, no tráfego de veículos, na geração de lixo e esgoto, dentre outras questões?
Exonerado
Na última quarta-feira (1º de junho), Luiz Alberto Federici Calegari foi exonerado do cargo de chefe do Departamento de Procuradoria Geral da Prefeitura de Catanduva. A portaria de exoneração, assinada pelo prefeito Padre Osvaldo de Oliveira Rosa, foi publicada na edição desta quinta, do Diário Oficial. O advogado também foi removido do Conselho do Prodeica, sendo substituído por Gabriela Machado Piva.
Queda de braço
Calegari entrou com prestígio no governo de Padre Osvaldo, tendo ocupado, inicialmente, o cargo de secretário de Negócios Jurídicos. Conversas de bastidores indicam, contudo, que a relação dele com o gestor de Gabinete, Fernando de Sá, que também é advogado, vinha se deteriorando, ao longo dos últimos meses. Nessa queda de braço, Luiz Alberto acabou sendo “rebaixado” de secretário para diretor, até ser enfim exonerado.
Coincidência
Um fato curioso é que, quando explodiu a polêmica entre Fernando de Sá e os vereadores Maurício Gouvêa, Alan da Garagem e Marquinhos Ferreira, os três parlamentares fizeram questão de dirigir inúmeros elogios a Luiz Alberto Calegari na tribuna da Câmara. O que representa afago para alguns, soa como estocada nos ouvidos de outros. Assim segue a vida...
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