PENEIRA FINA – 02/10/2022
É hoje o dia!
No dia de hoje, mais de 88 mil catanduvenses estão aptos a ir às urnas para ajudar na escolha de presidente, governador do estado, senador e deputados federais e estaduais. São Paulo conta com 77 cadeiras na Câmara Federal e 94 na Assembleia Legislativa. Ao final da apuração, que terá início depois das 17h, vamos ver quem vai rir e quem vai chorar.
Representatividade regional
A tônica geral dos discursos dos candidatos locais está centrada no resgate da representatividade de Catanduva e região no Congresso e na Assembleia Legislativa. Na última eleição para deputado federal, por exemplo, dos 59 mil votos válidos dos catanduvenses, 44 mil foram para candidatos de fora (74% do total). Nesse bolo estão incluídos votos em nomes da região, que têm trabalho concreto realizado em benefício da cidade. Mas também estão inúmeros políticos que só pisaram uma vez na vida em Catanduva, além de outros que nem sabem da existência do município e não destinaram um centavo sequer em emendas para a cidade.
Contradição
A discussão sobre representatividade regional carrega uma contradição, pois, ao mesmo tempo em que conclamam nossa população a votar em gente daqui, muitos candidatos (não todos) fazem dobradas com pessoas de fora. É comum, por exemplo, ver candidato (a) a estadual montando estruturas imensas de campanha para candidatos a federal de outras regiões, especialmente de São Paulo. Assim como federais também incorrem nessa prática. No fim das contas, o voto que vai para as dobradas paulistanas acaba faltando para os nomes locais, e ninguém se elege.
Fica a dúvida
O discurso em prol da representatividade é muito interessante, mas é preciso também respeitar as razões que movem os eleitores. Se as pessoas, em determinado momento, optaram por votar em pessoas de fora, será que elas estavam equivocadas ou não concordavam com as opções que se apresentaram localmente? Seja lá qual for a resposta para essa pergunta, o importante é que a democracia dá ao cidadão a oportunidade de rever posicionamentos e corrigir rotas. Ou então mantê-las, se a escolha estiver agradando.
Por falar em representatividade
Em Catanduva, por exemplo, apesar de a cidade contar com opções locais, o próprio governo municipal de Padre Osvaldo de Oliveira Rosa (PSDB) está concentrando suas forças em candidaturas de pessoas de fora, caso do ex-prefeito de Santa Adélia, Marcelo Hercolin, e do ex-prefeito de Bebedouro, Fernando Galvão. Ambos disputam, respectivamente, os cargos de deputado federal e estadual pelo União Brasil. Sem contar o casal Cleusa e Marcos Zerbini, do PSDB, que são parceiros do sacerdote nos loteamentos da Associação Bom Pastor.
Aliás
Nesta semana, circulou pela cidade um jornal de campanha do governador Rodrigo Garcia (PSDB), que tenta a reeleição. O material estampa na capa uma foto do tucano ao lado do prefeito Padre Osvaldo, para dar uma ideia de que ele é muito próximo a Catanduva. Mas isso só fica no discurso. Na vida real, quando conferimos o CNPJ da gráfica onde o folheto foi impresso, descobrimos que não se trata de nenhuma empresa da região, mas sim de uma localizada em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
Chutou o balde
Tudo bem que material de campanha sempre acaba incorrendo em, digamos, certas “licenças poéticas” dos candidatos, que costumam dourar a pílula para tornar seus atos mais maravilhosos aos olhos do eleitor, do que foram na realidade. Mas o jornal de campanha de Rodrigo Garcia chutou o balde. Na página interna, o folheto do tucano afirma que foi ele quem garantiu o Hospital de Câncer de Catanduva. Quem acompanha a história sabe que isso está muito longe de ser verdade.
Luta antiga
Os recursos para essa importante obra da Fundação Padre Albino estão sendo conquistados com muita luta, há vários dez anos, muito antes de Rodrigo Garcia sequer sonhar em se tornar vice de João Doria, de quem herdou o cargo neste ano. Inúmeros políticos de diferentes partidos destinaram emendas para o Hospital de Câncer, isto sem contar a mobilização decisiva e permanente feita por empresas e pela sociedade civil, com pequenas e grandes ações de arrecadação de recursos.
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