Caminhada de Conscientização sobre o Autismo mobiliza Catanduva

Hoje é celebrado o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, data criada para trazer informação e quebrar estigmas a respeito dessa condição que, segundo pesquisas mais recentes realizadas nos Estados Unidos, acomete uma em cada 36 crianças. Para celebrar esse dia, foi realizada ontem pela manhã, em Catanduva, a 2ª Caminhada de Conscientização sobre o Autismo, evento que percorreu as ruas do Centro, a partir da Praça da Matriz. A atividade contou com as participações do Projeto Corujas do Bem, do Grupo de Mães TEApoio, da Apae, da Prefeitura de Catanduva e da Câmara Municipal.

Prefeito presente

Acompanhado do coordenador municipal de Comunicação, Caio Fordiani, o prefeito Padre Osvaldo de Oliveira Rosa (PSDB) marcou presença na Caminhada de Conscientização do Autismo. Ao fim do evento, ele fez fotos ao lado da vereadora Taise Braz (PT), autora da lei municipal que instituiu o Abril Azul em Catanduva, e de lideranças da sociedade civil que militam na área do TEA, caso da radialista Mara Gabas, diretora do Corujas do Bem.

Autoridades

Ao fim do evento, Taise foi a única autoridade a usar a palavra, destacando a importância da atividade em levar às pessoas a informação sobre o TEA. Também participaram da Caminhada de Conscientização o presidente da Câmara Municipal, Marquinhos Ferreira (PT), o vice Alan Automóveis (PP) e os seguintes vereadores: Bellê (Cidadania), Gleison Begalli (PDT), Maurício Riva (PDT), Nelson Tozo (PDT) e Ivânia Soldati (Republicanos).

Atendimento odontológico

De acordo com mães que estiveram presentes ao evento, uma das demandas mais importantes para a população com transtorno de espectro autista em Catanduva, na atualidade, diz respeito ao atendimento odontológico. O grande problema reside no fato de a sedação com óxido nitroso não estar disponível na rede pública de saúde. Esse método, que induz no paciente uma leve sonolência e redução da dor, é considerado o mais eficaz para o atendimento de pacientes com TEA. Até alguns anos atrás, Catanduva possuía convênio com São José do Rio Preto. Porém, mesmo lá o serviço deixou de ser oferecido. Portanto, o método de sedação não está disponível para os pacientes com TEA de nossa cidade.

Diagnóstico e tratamento

Outra dificuldade enfrentada pelas pessoas com TEA e seus familiares é a demora para a realização de exames para diagnóstico precoce do autismo na rede pública de saúde. Alguns exames considerados fundamentais para se identificar essa condição chegam a demorar dois anos para serem realizados via SUS. Sem diagnóstico, não é possível iniciar o tratamento, que é fundamental para garantir a qualidade de vida e a maior autonomia às pessoas com TEA.

Projeto de lei

O diagnóstico precoce do TEA é tema de um projeto de lei apresentado há alguns anos por Beth Sahão (PT) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). A proposta da deputada, que segue tramitando, prevê que todas as crianças nascidas no estado passariam por exames com profissionais de diferentes áreas, nos primeiros meses de vida, a fim de identificar com maior rapidez os sinais do autismo.

Laudo

Por falar em Alesp, recentemente os deputados derrubaram o veto do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao projeto de Paulo Corrêa Jr. (PSD), que prevê a emissão de laudo permanente para atestar o TEA. A proposta foi apresentada pelo parlamentar visando acabar com o transtorno a que muitas famílias são submetidas, tendo de renovar a cada seis meses o documento para poderem acessar uma série de serviços essenciais. Em fevereiro, a Secretaria Estadual de Saúde, de maneira errônea, orientou que governador vetasse o texto, sob o argumento de que o TEA poderia deixar de existir com o tempo. Posteriormente, ao ser cobrado por uma série de entidades e pesquisadores, o órgão admitiu o equívoco e reconheceu que essa condição é crônica e permanente. Portanto, o laudo único está valendo como lei.