Paz nas escolas

É difícil enxergar uma forma de realmente proteger as escolas. Provavelmente será necessária uma série de ações que possa ampliar protocolos e fazer com que elas fiquem, de fato, mais seguras. Diante do caos que tomou conta da comunidade escolar este ano, em meio a ataques e ameaças, muitas unidades contrataram seguranças e mudaram suas rotinas a fim de imprimir mais segurança no acesso dos alunos. Porém, o fato registrado em Cambé/PR, em que dois adolescentes foram assassinados a tiros por um ex-aluno de 21 anos, mostra que na prática tais malfeitos não são tão fáceis de serem barrados. Sabe por quê? Por que quem planeja fazer o mal faz uso das táticas mais simples e corriqueiras, que todo mundo encara como algo normal, e não de estratégias mirabolantes, como visto em filmes. O sujeito, ao que parece, entrou na escola estadual Professora Helena Kolody alegando que solicitaria o seu histórico escolar. Qual escola barra um ex-aluno que pretende solicitar o histórico escolar? Por acaso, toda escola disponibiliza tal documento sem que a pessoa tenha que requerer pessoalmente? Será que dá para a pessoa ser atendida na rua, sem entrar? Ou ter acesso apenas ao setor administrativo, sem ter como chegar aos estudantes? Poderia ser acompanhado de perto por um segurança armado? São questões levantadas ao vento que mostram que as coisas não são tão simples como parecem e que, na menor distração, o pior pode acontecer. No contexto atual, quem está nas escolas precisa entender que não há fato irrelevante e que, infelizmente, todo mundo é suspeito até que prove o contrário. Isso pelo bem das crianças. Que tudo isso seja muito bem avaliado pelo Grupo de Trabalho de Segurança e Saúde nas Escolas, cuja primeira reunião aconteceu na semana passada, para que consigam traçar ações efetivas que proporcionem, de alguma forma, um pouco de paz.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.