Pat Garrett e Billy the Kid

Cine Cult 

Pat Garrett e Billy the Kid 

A caçada ao fora-da-lei Billy the Kid (Kris Kristofferson) pelo seu melhor amigo, agora o xerife Pat Garrett (James Coburn), no Novo México em 1881. 

Esse é o filme que melhor retrata a longa perseguição do xerife Pat Garrett para capturar o temido e mítico pistoleiro Billy the Kid, famoso por roubar gado no sul dos Estados Unidos no final do século XIX. A presença dos atores Kris Kristofferson e James Coburn garantem a história repleta de desencontros e tiroteiros sem fim nas escaldantes paisagens áridas do Novo México.

Um western moderno e com ingredientes do cinema de ação com a marca típica de seu diretor, Sam Peckinpah (apelidado de 'Mestre da Violência'), que dentre outras qualidades utilizava sangue nos ferimentos de bala (algo pouco comum no faroeste daquela época) e a técnica do slow-motion nas cenas de duelo, que dava outra dimensão e sensação para os crimes ali retratados.

Peckinpah começou a carreira dirigindo western, sendo sua obra-prima 'Meu ódio será sua herança' (1969), e inauguraria a partir daí uma estética suja e violenta, com traços do barroco, intercalando o colorido ao preto-e-branco, com filmagem e fotos antigas. Fez isso bem em 'Sob o domínio do medo', 'Os implacáveis' e os três melhores de sua filmografia pra mim, 'Traga-me a cabeça de Alfredo Garcia', 'Assassinos de elite' e 'O casal Osterman'. 

Com pano de fundo real e rodado em lugares originais do Oeste selvagem, como Durango, no México, e em Tucson, no Arizona, teve um orçamento alto e um faturamento muito baixo, virando um cult a princípio. Apesar de não ter dado certo nas bilheterias, concorreu aos seguintes prêmios: Bafta de música e ator estreante (Kris) e Grammy de melhor trilha para filme (para Bob Dylan) - outro ponto curioso, Bob Dylan fez a trilha (em que toca a clássica 'Knocking on heaven’s door') e pinta como ator coadjuvante, no papel de Alias, um rapaz errante e misterioso que vaga por aí com uma faca. Outras aparições são de Jason Robards, como o governador, além de Slim Pickens e Katy Jurado, como um casal de rancheiros. 

Originalmente da MGM, o filme pode ser visto em várias edições em DVD no Brasil: primeiro saiu pela Lume Filmes, em 2010; depois, em 2020, saiu no box 'Lendas do faroeste', pela Obras-primas do Cinema, com a metragem original do cinema, de 122 minutos - contendo na caixa os filmes 'Caminho fatal' (1942), 'Armado até os dentes' (1955) e 'Meu nome é ninguém' (1973); e esse mês acaba de ser lançdo em DVD pela Classicline (com a metragem da edição especial de 2005 que saiu em DVD nos Estados Unidos, de 115 minutos). Há também uma versão nos EUA editada devido à violência, de 106 minutos. 

Pat Garrett e Billy the Kid (Pat Garrett & Billy the Kid). EUA/México, 1974, 115 minutos. Faroeste. Colorido/Preto-e-branco. Dirigido por Sam Peckinpah. Distribuição: Classicline (DVD de 2022); Obras-primas do Cinema (no box 'Lendas do faroeste', de 2020); Lume Filmes (DVD de 2010)

Autor

Felipe Brida
Jornalista e Crítico de Cinema. Professor de Comunicação e Artes no Imes, Fatec e Senac Catanduva