Parceria do bem
Merece aplausos o projeto desenvolvido pela Cáritas Diocesana com o Instituto Credicitrus em favor das pessoas que coletam materiais recicláveis pelas ruas de Catanduva. Sem qualquer estrutura ou equipamento de proteção, muitas delas utilizam as próprias mãos para fazer a triagem, correndo riscos evidentes de se machucarem e contraírem doenças nesse processo.
Para o transporte dos produtos, a maioria utiliza carrinhos de bebê, muitos deles já surrados pelo peso excessivo e pela ação do tempo. Este ponto, aliás, não é retórica – ficou evidente durante a cerimônia informal feita pela Cáritas para entrega dos carrinhos de mão na igreja Imaculada Conceição: quando questionados pelo padre Carlos, que preside a instituição, sobre o uso dos carrinhos de bebê, muitos levantaram a mão confirmando o artifício.
Foi justamente isso que chamou atenção do pároco, há dois anos, mostrando o esforço dessas famílias para garantir seu sustento. E ele foi atrás de parceiros para concretizar o projeto, cumprindo papel que o poder público não faz – que deveria ser de, primeiramente, proporcionar emprego e qualificação, e diante da crise, a assistência necessária a esse público que vive em vulnerabilidade social.
Diferente disso, a Prefeitura tem como foco apenas a cooperativa assim constituída, que mantém contrato de coleta com o poder público, deixando os demais à própria sorte. Sem qualquer tipo de ajuda, só mesmo com a boa vontade dessas organizações para que essas pessoas possam ter condições mais adequadas de trabalho. Afinal, isso é o mínimo.
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