Os velhos e novos candidatos

De acordo com Norberto Bobbio, a democracia representativa é a condição em que um governo é formado mediante eleição de seus representantes pela população. Nesse mesmo sentido, essas pessoas são dotadas de um capital político e algum capital de conhecimento, que, de acordo com Pierre Bourdieu, é definido como reconhecimento social que alguns indivíduos têm de serem reconhecidos como agentes políticos.

Partindo dessas duas perspectivas, novos candidatos alastram-se aos montes, cada qual com suas propostas e, diga-se de passagem, a maioria com vício de iniciativa, mas no jogo político, vale mesmo é a lábia, não é? Não obstante a isso, as velhas raposas que há muito já haviam saído do meio político e como tal, esvaziado seu capital político, seja por ações boas ou ruins, creem-se competentes para um novo pleito, reproduzindo as promessas vazias ditas pelos primeiros.

No que se diferem esses dois tipos de candidatos? Na verdade, nada. O que me parece é que, em muitas das propostas de melhorias, são condicionadas a ações do governo, que por sua vez, não são levados em conta a saúde financeira da cidade, nem tampouco, se são competências da vereança. Um aglomerado de querências e apontamentos, que a primeira vista, parece bela, mas não passa de um conglomerado de incongruências.

Todavia, novos e velhos tem uma coisa em comum, querem abocanhar uma fatia do dinheiro público. Resta saber se esse dinheiro abocanhado será revertido em um bom mandato ou será mais uma cadeira inerte na câmara, apenas seguindo os ditames do partido filiado. 

Autor

Eduardo Benetti
Professor Recreacionista em Catanduva