Os problemas da pobreza

Não resta a menor dúvida de que somos um país desigual, no qual muitos vivem com menos de um salário mínimo. Tal fato significa que um número enorme de brasileiros tem uma renda que representa menos de 1/3 do preço da cesta básica, definido pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos).

O levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) ainda mostrou que todas as regiões do Brasil tiveram piora no índice de pobreza e vai se alastrando cada vez mais por todo o território Nacional. No nordeste, por exemplo, a situação é mais grave com 55% da população considerada de extrema pobreza, portanto, um aumento de 10,8 % de 2.016 a 2.017. A pobreza e a extrema pobreza continuam ano após ano a ser uma grande marca na sociedade brasileira, tanto é que, segundo os dados mais recentes do IBGE, foi constatado que 13,5 milhões de pessoas vivendo em situação crítica de pobreza, de acordo com os critérios do Banco Mundial, e que, somada a outras regiões, o índice atinge o patamar de 25% da população do país.

Como se não bastassem esses dados, Roraima se destaca no momento com uma das situações mais deprimentes da história com 32,6% da população em situação que vai além da pobreza e da fome. É o que revela a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) com abrangência à população indígena, dentro de um quadro assustador, mormente no que tange às crianças. Ainda sobre o aspecto crianças, foi improvisado um hospital de atendimento à doença que se impregnou em centenas de crianças indígenas como uma epidemia das mais contagiantes que se tem conhecimento.

A desigualdade social parece muito distante da nossa realidade. Por vezes, é algo que ouvimos falar e são constatadas através dos meios de comunicação, mas nunca paramos para prestar uma atenção mais adequada e de forma cautelosa para avaliar a gravidade, no sentido de se entender quais são as causas e consequências que giram em torno da própria desigualdade. Há de se ressaltar com uma certa exclusividade que a fome representa uma ameaça cada vez maior e que se faz presente em todo o território Nacional. Assim é que este tipo de fome está conectada com a pobreza e a extrema pobreza, já que as pessoas simplesmente não têm dinheiro suficiente para comer, ter acesso à água potável e outras situações que compreendem os cuidados com a saúde.

A fome estrutural também pode ser chamada de insegurança alimentar grave, conforme exposição do IBGE, quando os moradores, principalmente aqueles sem teto, concentram-se numa situação mais que presente nos dias de hoje a angariar alimentos para a sobrevivência, torna-se um problema dos mais sérios em matéria de higiene no âmbito geral.

A insegurança acontece quando a família não tem certeza se terá acesso a alimentos no futuro, mormente quando a qualidade da comida se apresenta em situação irregular ou vencida, porque quando a fome aperta, pouco importa àqueles que estão na rua da amargura e sem ter o que comer.

De acordo com o IBGE, a insegurança alimentar é grave no Brasil, principalmente nas áreas periféricas de cada cidade com 23,3% da população urbana passa forme, enquanto 40,1% da população rural atravessa a mesma situação, mais que um problema social e de difícil solução. Ainda, citando os dados do IBGE, na infância e adolescência, fases que requerem uma série de cuidados para o pleno desenvolvimento nesse campo, os índices também são alarmantes e causam preocupação.

Autor

Alessio Canonice
Ibiraense nascido em 30 de abril de 1940, iniciou a carreira como bancário da extinta Cooperativa de Crédito Popular de Catanduva, que tinha sede na rua Alagoas, entre ruas Brasil e Pará. Em 1968, com a incorporação da cooperativa pelo Banco Itaú, tornou-se funcionário da instituição até se aposentar em 1988, na cidade de Rio Claro-SP, onde reside até hoje.