Os Ipês

Início dos anos 70, o então Prefeito Eng. João Righini iniciava o traçado da Av. José Nelson Machado, no trecho compreendido entre a Rotatória dos Bombeiros e o Bicão.  

Meados dos anos 70, o Prefeito Sr. Pedro Nechar construiu as pontes sobre o Rio S. Domingos nas travessias das Ruas Maranhão, Brasil, Pará; e as pontes da Rotatória dos Bombeiros. Também, o viaduto que liga a Rua Maranhão com a Curitiba e o Viaduto entre a Rotatória e o S. Francisco.  

No final dos anos 70, o então Prefeito Dr. Warley Agudo Romão, concluiu a infraestrutura nos trechos faltantes das Av. S. Domingos e José Nelson Machado.   

À época, lembro-me perfeitamente que parte da área da margem esquerda da atual Av. São Domingos estava integrada ao Posto de Saúde Dr. José Perri. Ou seja, a divisa do Postão era o Rio São Domingos. Existia um muro desde o Postão até o rio, quase na ponte da Rua Amazonas.

Quando iniciamos a abertura do trecho da Av. São Domingos entre as Ruas Pará e Amazonas, o Bigode, operador do trator de esteira da Prefeitura, bateu e derrubou o muro. Este foi o momento em que, com ordem do Prefeito, levantou-se outra parede, na divisa entre o Postão e a atual Av. São Domingos, dando a forma à passagem atual.

Outro problema era invadir a área da linha férrea para abrir passagem sob o Viaduto do S. Francisco. A autorização não chegava, os serviços precisavam ser concluídos e fizemos os gabiões demarcando a pista a toque de caixa. Sem essa abertura, o fluxo de veículos seria muito prejudicado. 

Avenidas concluídas, porém, áridas. Certa vez, o Warley nos levou até Catiguá para nos mostrar como a Praça da Igreja de Catiguá era florida. Muito provavelmente, influenciado por alguém muito próximo a ele. Nesse momento comentamos sobre plantar Ipês ao longo do S. Domingos. Ele, de forma irônica e rindo, observou que os Ipês demorariam 7 anos para florir e ele não estaria mais na Prefeitura. Comentamos com o Sr. Fernando Máximo, funcionário e jardineiro da Prefeitura naquela época. Ele abraçou a causa, iniciando o plantio dos Ipês, ainda que de forma tímida.  

Mais tarde, após o falecimento do Sr. Máximo, denominamos a primeira praça construída no nosso mandato, em 2006, com seu nome, Fernando Máximo, em homenagem e agradecimento ao exemplar funcionário público.  

A partir daí, os Prefeitos subsequentes contribuíram com o plantio de novas mudas. Ao longo das nossas administrações, foi priorizado o plantio de Ipês. A Av. Daniel Soubhia, após concluída e canalizada, recebeu Ipês Brancos e Chorões. Da mesma forma a Av. Benedito Zancaner, recebeu Ipês Brancos e próximo ao Del Rei, Chorões.  

No Parque dos Ipês, de forma mais concentrada, na área ao lado da linha férrea, inúmeras árvores foram plantadas, assim como na Praça do Centenário, na Av. São Domingos nas proximidades do Viaduto do S. Francisco, Praça do Idoso, Conjunto Esportivo, Praça ao lado da Escola Maria Aparecida Colturado Fernandes e outras Praças.  

Os Ipês da Rotatória dos Bombeiros, inclusive, foram iluminados com foco partindo do chão em direção às copas das árvores.  

Em homenagem comemorativa aos 100 anos de nosso município, o Rotary Clube plantou 100 mudas ao longo da Av. Antônio Stocco e no canteiro da Av. Benedito Zancaner, entre a Av. Casa Branca e a Rua Martinópolis.  

Esta é a história dos Ipês que hoje encantam Catanduva. Começou no início dos anos 70 e já se vão mais de 50 anos. Os 7 anos, que pareciam longos, passaram-se rapidamente. E porque muitos acreditaram e plantaram ao longo de décadas, hoje os ipês encantam e embelezam a vida dos catanduvenses e seus visitantes. Esperamos que mais e mais ideias como essa surjam e frutifiquem, com esta geração plantando para as próximas. Viemos ao mundo não a passeio, mas para fazer a diferença e transformá-lo num mundo melhor. 

Fizemos a nossa parte.

 

Afonso Macchione Neto 

Ex-prefeito de Catanduva

Autor

Colaboradores
Artigos de colaboradores e leitores de O Regional.