Os dez esteios do novo regime
Em nosso país, do Estado Democrático de Direito só resta o Estado em forma bruta. A democracia foi extinta por sucessivas omissões da representação parlamentar e o Direito está relativizado às conveniências dos novos donos do poder.
Ocorreu-me, então, identificar quem sustenta esse poder tão ativo, tão repressivo à direita e tão pertinaz no combate à liberdade de expressão. Numa conta redonda, cheguei aos seguintes dez esteios do atual poder político brasileiro:
- A legião dos omissos e dos isentões;
- A multidão dos ignorantes dos quatro costados, passivos e sem voz porque sequer têm o que dizer;
- Os capturados pelo esquerdismo radical, moedor de neurônios, cujo senso moral foi vítima de sinistro sem cobertura de seguro;
- Os muitos que se aconchegam à lareira do poder, de cujas regalias usufruem;
- Os totalmente dependentes do Estado, aos quais se acrescentam, todo ano, novas vítimas de um tipo de miséria que só o Estado é capaz de produzir em tais proporções;
- Os covardes, que levam flores ao próprio silêncio o próprio silêncio no cemitério da Política;
- Os raramente frustrados corruptores, corruptos e criminosos, organizados ou não, hábeis em lidar com nossas piores tradições;
- Os submissos a toda sorte de pressões por terem o rabo preso em mãos de quem não se importa de corromper os instrumentos institucionais;
- O Consórcio Goebbels, seus membros, seus dependentes e a multidão que seus veículos apartam e manejam no curral das opiniões;
- Os mercenários da guerra cultural, bem pagos para atuar na cadeia produtiva da gandaia brasileira, adversários do Bem, da Beleza, da Justiça e da Verdade.
Vamos combinar que é uma assombrosa parceria, cujo produto só pode ser essa obra prima das malas-artes políticas sob as quais vivemos. Esqueci algum ou alguém?
Percival Puggina
Arquiteto, empresário e escritor
Autor
Colaboradores
Artigos de colaboradores e leitores de O Regional.