Os dez esteios do novo regime

Em nosso país, do Estado Democrático de Direito só resta o Estado em forma bruta. A democracia foi extinta por sucessivas omissões da representação parlamentar e o Direito está relativizado às conveniências dos novos donos do poder.

Ocorreu-me, então, identificar quem sustenta esse poder tão ativo, tão repressivo à direita e tão pertinaz no combate à liberdade de expressão. Numa conta redonda, cheguei aos seguintes dez esteios do atual poder político brasileiro:

  1. A legião dos omissos e dos isentões;
  2. A multidão dos ignorantes dos quatro costados, passivos e sem voz porque sequer têm o que dizer;
  3. Os capturados pelo esquerdismo radical, moedor de neurônios, cujo senso moral foi vítima de sinistro sem cobertura de seguro;
  4. Os muitos que se aconchegam à lareira do poder, de cujas regalias usufruem;
  5. Os totalmente dependentes do Estado, aos quais se acrescentam, todo ano, novas vítimas de um tipo de miséria que só o Estado é capaz de produzir em tais proporções;
  6. Os covardes, que levam flores ao próprio silêncio o próprio silêncio no cemitério da Política;
  7. Os raramente frustrados corruptores, corruptos e criminosos, organizados ou não, hábeis em lidar com nossas piores tradições;
  8. Os submissos a toda sorte de pressões por terem o rabo preso em mãos de quem não se importa de corromper os instrumentos institucionais;
  9. O Consórcio Goebbels, seus membros, seus dependentes e a multidão que seus veículos apartam e manejam no curral das opiniões;
  10. Os mercenários da guerra cultural, bem pagos para atuar na cadeia produtiva da gandaia brasileira, adversários do Bem, da Beleza, da Justiça e da Verdade. 

Vamos combinar que é uma assombrosa parceria, cujo produto só pode ser essa obra prima das malas-artes políticas sob as quais vivemos. Esqueci algum ou alguém?

Percival Puggina

Arquiteto, empresário e escritor

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Artigos de colaboradores e leitores de O Regional.