Oppenheimer: a história do homem que criou a bomba atômica

Embora boa parte do público dos cinemas vá surfar na "onda rosa" provocada pelo filme Barbie, a bonequinha mais famosa do mundo, fenômeno de bilheteria e marketing, é preciso ficar de olho num dos prováveis vencedores do próximo Oscar: Oppenheimer, em exibição no CineX, no Shopping. 

Oppenheimer é um filme biográfico sobre o físico americano que liderou o Projeto Manhattan, responsável pela criação da primeira bomba atômica. O filme é dirigido por Christopher Nolan, de Interestelar e da trilogia Batman – Cavaleiro das Trevas.

A trama acompanha a trajetória de Oppenheimer (Cillian Murphy) desde jovem estudante de física na Europa até sua participação no desenvolvimento da bomba atômica, na Segunda Guerra, e as consequências morais e políticas de seu trabalho. Esteticamente, o filme é dividido em dois períodos de tempo: em cores, durante a guerra, na cidade do projeto isolada no deserto, onde foram instalados os laboratórios, numa corrida para conseguir a bomba antes dos nazistas. Apesar de Oppenheimer ser o diretor do projeto, os cientistas e suas famílias são vigiados pelos militares, comandados com rigor pelo general Leslie Groves (Matt Damon, de Interestelar). As cenas em preto e branco se passam durante a Guerra Fria, quando Oppenheimer foi submetido a um conselho secreto, onde tem de se defender da acusação de que entregou os planos da bomba para os soviéticos.

O elenco de estrelas tem Anne Hathaway (O Diabo Veste Prada) como a esposa de Oppenheimer, Kitty e Florence Pugh como Jean Tatlock, a namorada comunista de Oppenheimer. Nomes de peso como Kenneth Brannagh, Gary Oldman, Rami Malek e outros interpretam uma plêiade de cientistas famosos e figuras históricas. Destaque para as breves aparições de Albert Einstein, (Tom Coti). Robert Downey Jr. é Lewis Strauss, o presidente da Comissão de Energia Atômica que se torna o antagonista de Oppenheimer.

O filme explora os dilemas éticos e existenciais de Oppenheimer e sua equipe, que sabiam que estavam criando uma arma capaz de destruir a humanidade. Havia dúvidas, por exemplo, se ao explodir o átomo, toda a atmosfera do mundo não se incendiaria. Como a história conta e não é nenhum spoiler dizer, a bomba atômica explodiu sobre a japonesa Hiroshima e, depois, como o Japão ainda não havia se rendido, Nagasaki.      

Os efeitos especiais, não digitais, são impressionantes, especialmente nas cenas que mostram os testes nucleares no deserto do Novo México e no Japão. O filme também usa imagens de arquivo para recriar os eventos históricos com fidelidade.

Robert Oppenheimer cita uma passagem do Bhagavad-Gita, o livro sagrado hindu, para definir seus atos: “Agora eu me tornei a Morte, a destruidora de mundos.”

Autor

Sid Castro
É escritor e colunista de O Regional.