Olhar para o esporte

A entrevista exclusiva de Altobeli Silva ao jornal O Regional, na edição de domingo, reforça cenário nacional que não é novidade para muita gente: faltam investimentos no esporte de base e também nas modalidades de alto rendimento. O desempenho do Brasil nos Jogos Olímpicos, por mais que tenhamos torcido e celebrado medalhas inéditas, mostrou que outras modalidades medalhistas ficaram aquém do previsto, sobretudo em esportes individuais. Isso quer dizer que ou os atletas que lá estiveram tiveram rendimento abaixo do previsto ou literalmente perdemos espaço para outros países. Nesses casos, é preciso acender o sinal de alerta. A natação, por exemplo, não trouxe uma medalha sequer de Paris, e é muito fácil lembrar das várias conquistas que o Brasil já teve nas piscinas e dos nadadores cujos nomes continuam eternizados em nossas memórias. Até mesmo o atletismo, que tem Altobeli como um dos principais atletas do país, na atualidade, foi quase infrutífero. Ao olhar os esportes um a um, talvez somente o judô e a ginástica artística tenham atendido às expectativas. Agora, passadas as Olimpíadas, tem-se novo ciclo de quatro anos até a próxima e nesse tempo é preciso de investimento, patrocínio, bolsas de apoio, centros de treinamento estruturados e condições para que os atletas se dediquem integralmente aos treinos e representem bem o país nas competições internacionais. Como afirmou Altobeli, é preciso pensar além do futebol e valorizar as modalidades individuais, que custam menos do que as coletivas, mas podem resultar em número maior de medalhas. Além do resultado em si, que são as conquistas e medalhas, investir no esporte possibilita que novos talentos sejam descobertos e que a juventude seja encaminhada para o bom caminho, longe dos perigos das ruas e das drogas. Esse papel social do esporte talvez seja o mais importante.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.