Oitentões - Paul

Paul McCartney fez 80 anos. Músico, compositor, ex-Beatle e cavaleiro da Coroa Britânica, nasceu em Liverpool, Inglaterra. De origem humilde e operária, era filho de uma parteira e de um vendedor. Tinha 14 anos quando conheceu John Lennon que tinha 16 anos, num festival de igreja. Em 1960, formou com Lennon, Ringo Star e George Harrison o maior conjunto de rock de todos os tempos: The Beatles. O sucesso veio a partir de 1963 com a música “Love me do”. A banda durou até 1969, quando Lennon anunciou sua saída. O conjunto vendeu mais de um bilhão de discos. São os maiores da história, seguidos de perto por Elvis Presley e Michael Jackson. 

Desde então, Paul gravou 16 álbuns solo, formou uma banda, a Wings (1971 a 1981) que gravou oito álbuns e participou de canções com vários cantores, dentre eles Stevie Wonder, Michael Jackson, Elvis Costello e Rihana. Compôs mais de 150 músicas, ganhou um Oscar e 18 Grammy. Atuou em 19 filmes. Seus maiores sucessos são “A hard day’s night” (1964), “Help” (1965), “Yesterday” (1965), “Hey Jude” (1960) e “Let It Be” (1970).

Uma das lembranças mais antigas que eu tenho da minha infância é uma música dos Beatles: “Ob-La-Di, Ob-La-Da” (1968). Tinha quatro anos quando foi lançada. Uma curiosidade é que as 260 músicas dos Beatles foram adquiridas da gravadora Sony em 1985 por Michael Jackson. Retornaram à Paul em 2018 após longa disputa judicial. Estima-se que valem mais de um bilhão de dólares. 

Viveu algumas polêmicas ao longo de sua carreira. A primeira foi o envolvimento com drogas, hábito provavelmente adquirido quando tocaram em Hamburgo, Alemanha. No início da década de 1960, esta cidade alemã era considerada um centro de música moderna. Foi lá que os Beatles aprimoraram o seu estilo. E trouxeram uma batida diferente para o mundo do rock. No entanto, também era intenso o comércio e o uso de entorpecentes. A preferida era o LSD, embora a mais consumida fosse a maconha.

Outra polêmica envolve algumas das letras, principalmente das músicas do disco “Yellow Submarine” (1969). Há quem enxergue apologia às drogas nas letras das canções. Existiu uma lenda envolvendo Paul. Tratava-se de uma conspiração onde o verdadeiro Paul McCartney teria morrido num acidente automobilístico em 1966 e substituído por um sósia. 

John Lennon foi assassinado em 1980. George Harrison morreu de câncer em 2001. Paul já fez vários shows com Ringo Star. Mais do que o “Beatle Bonininho”, apelido que ele detesta, Paul McCartney é um dos artistas mais influentes de todos os tempos e segue lotando estádios com apresentações cheias de energia, que mostram que, apesar da idade, ele ainda é um "showman", esbanjando tanto carisma quanto nos seus vinte e poucos anos, quando vestia terninho e cantava ao lado de Lennon. Sorte nossa.

Autor

Toufic Anbar Neto
Médico, cirurgião geral, diretor da Faceres. Membro da Academia Rio-pretense de Letras e Cultura. É articulista de O Regional.